Sábado, 12 de Junho de 2021
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Paula Ferreira, presidente da Associação Raízes do Sertão – Foto: Divulgação

O ano de 2020 deu início a uma série de mudanças para os produtores orgânicos ligados à Associação Raízes do Sertão. O grupo passou por diversas melhorias referentes à produção, vendas e gestão interna. Com apoio do Sebrae, através do programa Agronordeste Irecê, foram aplicadas consultorias de Acesso a Mercado, Boas Práticas de Produção Agrícola, Governança Corporativa, Associativismo e, ainda em curso, Constituição de Cooperativa.

A presidente da Associação Raízes do Sertão e secretaria geral do Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade Orgânica (OPAC) Raízes do Sertão, Paula Ferreira, conta que as consultorias contribuíram bastante com os produtores certificados do território e que já é possível perceber resultados significativos.

“Se fosse para dar uma nota de zero a dez de antes de ter as consultorias e a parceria, eu daria cinco para gente. Hoje, com o apoio do Sebrae e onde nós estamos, eu vou dar oito, porque eu acho que ainda precisa arrumar algumas coisas. Assim que finalizarmos a cooperativa e melhorarmos os nossos processos internos, eu acredito que a gente chegue no dez”, diz Paula, confiante.

Em 2020, a associação certificou 165 unidades produtivas e registrou 326 CPF vinculados a estas unidades. Os dados, até maio de 2021, mostram que, no momento, existem 185 unidades produtivas e 435 CPF ligados a estas unidades. No ano passado, haviam 16 grupos certificados, agora a soma está em 23 grupos.

“Dentro desse processo já houve um avanço. A nossa perspectiva é que a gente consiga aumentar esses números até o final deste ano. A partir do momento que a gente se estrutura melhor quanto organização, base coletiva social, as pessoas percebem que temos responsabilidade, compromisso, coesão na lógica de produção e comercialização, aí a procura é ainda maior”, destaca.

A consultoria de Boas Práticas de Produção Agrícola, na avaliação de Paula, tem apresentado resultados na perspectiva da produção, ampliação e compreensão do agricultor. A de Acesso a Mercado serviu para o grupo ter uma visão mais ampla e entender a função de cada organismo que está ligado à associação. Já a consultoria de Associativismo, nas palavras dela, “mudou completamente as nossas vidas”.

Esta consultoria possibilitou ao grupo a fundação da Associação Raízes do Sertão que, anteriormente, por se tratar de um núcleo, não possuíam CNPJ, o que dificultava a emissão de notas fiscais coletivas. “A gente sabe que a associação não faz a função de uma cooperativa, mas é o que nós temos, por isso solicitamos a consultoria de Constituição de Cooperativa”, relata.

Mauro Viana, analista técnico e gestor do programa Agronordeste - Sebrae Irecê, ressalta que a assertividade da parceria com o Raízes do Sertão e os avanços que o grupo vem apresentando tem muito a ver com o interesse deles em crescer de forma consciente e sustentável. “Nós do Sebrae estamos acompanhando de perto com muita satisfação as mudanças e os resultados são claros. Em 2020, eles passaram de 22 para 90 toneladas comercializadas por mês, isso apenas dentro do território Irecê”, enaltece.

Paula ainda acrescenta que, dentro da perspectiva de parceiros, todas as vezes que eles solicitaram alguma consultoria ao Sebrae e fizeram a indicação do perfil de profissional que precisavam, a instituição sempre esteve disposta a avaliar o pedido.

“Eu sempre brinco, ‘não mande um consultor que venha falar de agronegócio que a gente não quer’. Nós precisamos que o profissional que nos atenda seja sensível à agroecologia, economia solidária e que entenda os processos de organização coletiva. O Sebrae já tem sensibilidade com o projeto, então, essa parceria tem sido muito importante porque existe uma relação de comunicação”, finaliza.

Fonte: Ascom - Sebrae Irecê



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