Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2019
Bahia

As ações voltadas para qualificação da base de produção e acesso a mercados têm transformado a vida de 32 mil famílias de agricultores e agricultoras familiares e de povos e comunidades tradicionais do meio rural baiano, atendidos pelo projeto Bahia Produtiva. A iniciativa integra a estratégia de política pública realizada na Bahia para o fomento ao desenvolvimento rural.

O Bahia Produtiva, executado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado (SDR), por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), apoia 864 projetos de organizações produtivas nos 27 Territórios de Identidade do estado, totalizando investimentos de mais de R$ 290 milhões. O projeto atua também para aumentar a receita líquida e a segurança alimentar dos beneficiários, bem como melhorar o acesso aos serviços de abastecimento de água e saneamento dos domicílios.

Por meio de editais, os recursos são destinados ao fortalecimento de cadeias produtivas estratégicas da agricultura familiar, a exemplo da caprinovinocultura, mandiocultura, fruticultura, apicultura e meliponicultura,

A fruticultura, por exemplo, está recebendo recursos de mais de R$ 22 milhões. Desses, R$ 10 milhões foram destinados para a cadeia do cacau e chocolate. Os recursos são investidos na melhoria da qualidade da amêndoa, com ações que incluem a escolha das mudas, adubação, preservação do meio ambiente, recomposição de áreas e outras iniciativas que possibilitam a estruturação do processo de beneficiamento da produção, com o acompanhamento da assistência técnica e extensão rural (Ater).

Para o presidente da Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado e Adjacências (Coopfesba), em Ibicaraí, no Território Litoral Sul, Osaná Crisóstomo, o desafio é agregar valor e melhorar a renda dos agricultores familiares. “Nosso objetivo não é vender apenas a amêndoa de cacau, mas o chocolate e seus derivados, com níveis de cacau elevados, produzidos com sustentabilidade e consciência de preservação do meio ambiente”, explica. A Coopfesba é responsável pela gestão da Bahia Cacau, primeira fábrica de chocolate da agricultura familiar do país.

Produção de café

Já no sudoeste baiano, os agricultores vêm recebendo investimentos voltados para a melhoria da produção de café. A Cooperativa Mista dos Pequenos Cafeicultores de Barra do Choça (Cooperbac), localizada em Barra do Choça, município conhecido como ‘Capital do Café’, é outra organização selecionada no edital de fruticultura. São investimentos da ordem de R$ 1,5 milhão, destinado à qualificação da produção de 155 agricultores familiares, que passarão a contar com estufas e despolpadores. A cooperativa também foi contemplada com a reestruturação da sua unidade agroindustrial.

Com os recursos, a agroindústria terá um laboratório para análise do café, equipamentos para secagem e despolpamento, máquinas de empacotar a vácuo e expresso, mesa de seleção, além do desenvolvimento de uma marca de café popular e de um software para a qualificação da gestão. Com os recursos, a cooperativa vai absorver também a produção de mais de nove mil agricultores na região.

A presidente da Cooperbac, Joahra Oliveira, destaca que a aplicação dos recursos resultará no desenvolvimento da linha de café gourmet e qualificação da produção, entre outros. “O Bahia Produtiva chega qualificando a produção do café e a gestão da agroindústria, trazendo tecnologia e equipamentos, que irão viabilizar a produção de uma matéria-prima de qualidade, possibilitando a ampliação do mercado, e, consequentemente, a renda dos agricultores de uma forma sustentável”, afirma. 

Oliveira observa ainda que, por meio de parceria com o Instituto Federal da Bahia (Ifba), serão instalados biodigestores onde forem implantados os despolpadores. Com a ação, os resíduos do café serão transformados em gás (GLT), para uso doméstico e em matéria orgânica, que será utilizada para adubação, reduzindo custos na produção.

Acordo

O Bahia Produtiva é resultado de um Acordo de Empréstimo firmado entre o Governo do Estado e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).

Fonte: Secom/BA



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