A conexão entre o impulsionamento de novos negócios agrícolas e a formação de mão de obra qualificada são um capítulo de destaque na efetivação do Polo Agroindustrial e Bioenergético do Médio São Francisco da Bahia. E a Universidade Federal do Oeste Baiano (Ufob) tem sido fundamental neste cenário, aponta a Secretaria estadual do Planejamento (Seplan). No campus do município de Barra, além dos cursos de Agronomia e Medicina Veterinária, a instituição auxilia produtores no trabalho de pesquisa, apontando as potencialidades das terras locais e tem fornecido um novo olhar para o agronegócio. No mini documentário, lançado nesta terça-feira (20), a Seplan retrata a transformação promovida por meio de depoimentos de funcionários, alunos e ex-alunos da Ufob.
O vice-governador João Leão, titular da Seplan, explica que a Ufob se integra ao Polo Agroindustrial também devido à parceria com a Fazenda Escola Modelo, que vai desenvolver técnicas agrícolas e de irrigação dentro do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) Águas. “A Universidade está fazendo isso através do curso de Agronomia. Nosso objetivo é modificar a vida das pessoas na região através da interligação entre a escola técnica, em parceria também com a Embrapa, com a Universidade Federal do Vale do São Francisco e a Ufob. Esse movimento - academia e desenvolvimento socioeconômico - é fundamental para a transformação de Barra e de todo Oeste e Médio São Francisco”, declara.
Já a professora Miriam Nogueira, que coordena o projeto experimental de soja da Ufob, defende que a pesquisa serve de sinalizador científico para atração de investidores para o município de Barra: “Buscamos conhecer como vai ser o desempenho produtivo das cultivares de soja, que já é cultivada no Oeste da Bahia, nas condições edafoclimáticas de Barra, já que o município se encontra no limite da região. Nosso estudo tem objetivo de observar o comportamento produtivo do grão para podermos indicar o cultivo baseado em princípios técnicos e científicos”.
“A Ufob, campus de Barra, está na região desde 2014 e, desde então, a gente vem trabalhando em conjunto com várias parcerias para desenvolver a nossa universidade e poder potencializar toda região. Desde a capacitação dos nossos estudantes, formando profissionais de qualidade, mas também permitindo através de ações de extensão, capacitar profissionais da área rural, dos mais diferentes níveis. E principalmente através de pesquisa”, diz Jairo Magalhães, diretor da universidade.
Experiência e mercado de trabalho
Para Geraldo Bastos, aluno do campus de Barra, no projeto é possível ver na prática o que é visto na sala de aula, com o diferencial de ser desafiado e poder reafirmar e fixar o conhecimento. Já Paulo Vieira, afirma que o experimento traz aprendizado e oportunidade que serão levados para a vida profissional. “Temos aprendido muito a trabalhar em equipe e o mercado de trabalho se pega nessas relações interpessoais. Quando você chegar no mercado, você estará com uma preparação bem mais avançada que outros que não tiveram essa oportunidade”, afirma.
É o caso das engenheiras agrônomas da primeira turma formada na Ufob de Barra. Gleice Kelly, Camila Barbosa e Amanda Meira falam dos desafios no Agro e da importância da universidade. “Quando a gente pensa no mercado de trabalho, a realidade é muito diferente do que se vê em sala de aula, que nos dá uma bagagem teórica para lidar com o mundo real. Os nossos principais desafios são de fato tirar a mentalidade de estudante e transformar na mentalidade de um verdadeiro profissional”, diz Gleice, engenheira agrônoma da Kopper.
Camila Barbosa, que trabalha na Associação Baiana dos de Algodão (Abapa), diz ter muito orgulho de ser a primeira mulher barrense a se tornar engenheira agrônoma: “Se não fosse a Ufob, em Barra, eu não poderia me tornar engenheira agrônoma. Ter a Universidade Federal do Oeste aqui foi um divisor de águas na minha vida e de tantos outros estudantes, seja da agronomia, seja da veterinária, que puderam se graduar e estão distribuídos em todo o Brasil”.
“Nunca imaginei que concluiria a graduação e encontraria aqui, na minha terra, uma oportunidade de trabalho. Atualmente eu faço o gerenciamento de todas as atividades que são desenvolvidas. O papel da mulher no agro tem crescido muito ao longo dos últimos anos e se torna cada vez mais importante a presença da mulher no campo, visto que, a renda de algumas fazendas aumentaram com o gerenciamento de mulheres”, destaca Amanda Meira, engenheira agrônoma daPardess Agronomia.
A série de minidocumentários sobre a evolução do Polo Agroindustrial e Bioenergético do Médio São Francisco baiano começaram a ser lançados em 2020, pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), que agora auxilia a Seplan na viabilização e atração de novos investidores para o projeto.
Fonte: Ascom - Seplan
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