Sexta-feira, 10 de Agosto de 2018
Política

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, por intermédio do presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, que "Fernando Haddad é o representante dele, é a voz dele e é as pernas dele, enquanto ele estiver preso".

Afirmando que dava esse recado a pedido de Lula, Vagner disse ainda que "Fernando Haddad fala em nome dele e deve representá-lo nos debates, em aparições públicas e deve viajar pelo Brasil".

Na quarta-feira (8), Haddad chegou a avaliar a possibilidade de assistir, da plateia, ao debate da Rede Bandeirantes, valendo-se de uma das sete credenciais reservadas ao PT, mas foi podado por uma determinação da presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR).

Nesta quarta (7), em uma reunião em Brasília, Gleisi recomendou que a Executiva Nacional do PT não reivindicasse a presença de Haddad nos debates como representante de Lula. A ordem é que o partido não tome qualquer medida legal em favor da participação do ex-prefeito, pelo menos, até o registro da candidatura de Lula, no dia 15.

A ordem é que Haddad limite suas agendas externas, sob argumento de que sua aparição debilite a candidatura de Lula. No fim de semana, Gleisi chegou a ponderar que Haddad não fosse o indicado para a vice por representar uma antecipação do chamado plano B.

 

Parte da cúpula partidária discorda dessa estratégia. O próprio ex-presidente tem dado, no entanto, sinais de que Haddad o substituirá na corrida eleitoral.

Por meio de sua assessoria, Lula divulgou uma carta em que se diz vítima de censura por não poder participar do debate da Band. Ele diz ainda que sua exclusão viola o direito do povo e a liberdade de imprensa.

"A decisão de me excluir do debate entre os presidenciáveis, promovido pela Band, viola o direito do povo brasileiro e também dos outros candidatos de discutir as propostas da minha candidatura e até de me criticarem olhando na minha frente, e eu tenho o direito de responder. A candidatura que lidera as pesquisas é impedida de debater com as demais suas propostas e ideias defendidas por milhões de brasileiros. Viola também a liberdade de imprensa, impedindo que um veículo de comunicação cumpra seu dever de informar, e proibindo o público de exercer seu direito de ser informado", diz trecho da carta.

"O nome disso é censura. Sou candidato porque não cometi nenhum crime e tenho compromisso com este povo que, em 2010, ao final de meu mandato, concedeu-me o maior índice de aprovação de um presidente na história deste país, com 87% de avaliação positiva. O Brasil precisa debater seu futuro de forma democrática. Ter eleições onde o povo, que já viveu dias melhores em um passado recente, possa escolher que caminho quer para o país, com a participação de todas as forças políticas da nação."

Fonte: Folha de S. Paulo



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