Segunda-feira, 14 de Junho de 2021
Empreendedorismo

A Akã registrou aumento na venda de óleos com propriedades terapêuticas durante a pandemia

Criada há três anos pelo casal de aposentados João e Ana Cerqueira, a “Akã - Óleos Essenciais” é uma empresa que produz e comercializa óleos orgânicos, 100% puros a partir de plantas aromáticas e medicinais, cultivadas em Morro do Chapéu, na região da Chapada Diamantina-BA.  O casal que trabalhou a vida inteira na refinaria Landulfo Alves, em Salvador, ao se aposentar, decidiu ocupar o tempo com a produção artesanal de óleos essenciais.

Após a compra de um destilador, o casal iniciou os trabalhos com plantas e ervas nativas da Chapada Diamantina, adotando uma produção ambientalmente sustentável de óleos que contribuem para a saúde e bem-estar, e que podem ser utilizados para aromaterapia, fitoterapia, farmacologia e cosméticos.

As vendas da Akã iniciaram exatamente quando a pandemia do novo coronavírus começou, o que não permite estabelecer comparativos do impacto financeiro trazido pela pandemia para a empresa, mas as consequências puderam ser percebidas de outras maneiras.

Por outro lado, o empresário explica que os óleos que possuem função antiviral impulsionaram bastante as vendas durante esse período, por se tratar de produtos com propriedades terapêuticas. “O óleo de melaleuca, por exemplo, nós vendemos mais que os outros que têm função meramente estética ou não apontam uma função bactericida ou fungicida. Vendemos cerca de 10 a 15 vezes mais do que qualquer outro óleo”, disse João.

A relação com o Sebrae começou antes da Akã acontecer. “Nosso primeiro estudo de viabilidade técnica foi quando pensávamos em um outro projeto que, graças ao Sebrae, se manifestou inviável e vimos, depois, que realmente era. A partir daí, nós solicitamos um outro estudo, o de óleos essenciais, que apontou viabilidade técnica e econômica. Então, fomos desenvolvendo, juntos, outros projetos”, explica João.

Na avaliação de Heitor Marback, analista técnico do Sebrae Irecê e um dos responsáveis pelo atendimento da Akã, a empresa vem se desenvolvendo de forma planejada, com maturidade gerencial e visão de mercado.  “Acredito que essa capacidade de entender a importância do planejamento seja um dos pontos de sucesso da empresa. Após realizarem conosco o plano de negócios, investiram na estrutura de produção, compraram destiladores e dedicaram parte importante do tempo em pesquisar e aprimorar seus produtos, sempre com um olhar muito atento às propriedades de cada óleo e às tendências do consumo. Avançaram com o negócio”, constata Heitor.

Atualmente, além da Bahia, os estados de Minas Gerais e São Paulo já recebem os produtos da Akã. Segundo João Cerqueira, em termos de logística, a empresa tem capacidade para atender a todo o país, mas com atenção aos possíveis riscos. “A gente plantar muito e não ter mercado, significa prejuízo. A gente plantar pouco e não atender ao mercado, é muito ruim. Então, isso é progressivo. Hoje, a gente atende a uma demanda do sudeste, mas estamos nos estruturando para que possamos atender a todo o país a partir do próximo semestre”, calcula o empresário.

Horizontes

A Akã integra um grupo de empreendimentos ligados ao agronegócio de Morro do Chapéu, que está em fase de organização para receber turistas em suas propriedades. Com esses negócios, o Sebrae criou a rota “Agro Turismo sensorial”, um novo atrativo para diversificar a atividade turística motivada pela experiência que faz integração dos projetos Agronordeste Chapada Diamantina, Turismo e Café. Para atendê-los, foi contratada uma consultoria de produtos e serviços criativos.

A proposta da consultoria para a Akã foi a montagem de um jardim sensorial, onde os visitantes pudessem experienciar os cheiros e texturas de um jardim com flores e ervas, com o auxílio de um guia que faz a explicação das propriedades de cada planta. Esse projeto de jardim sensorial será o primeiro do Nordeste e já está em fase experimental.

Hoje, a micro empresa conta com quatro funcionários fixos e segue em expansão. Com a da compra de destiladores maiores, foi possível estabelecer uma agroindústria na propriedade que já possui fazenda com campos de lavanda, alecrim, gerânio, dentre outros. Recentemente, o casal Cerqueira contratou junto ao Sebrae um estudo de viabilidade técnica para a construção de uma pousada para hospedar turistas na fazenda, com o intuito de oferecer uma experiência ainda mais imersiva, na qual o hóspede poderá participar do processo produtivo dos óleos.

“O diferencial dos produtos da Akã é a qualidade. Os óleos essenciais da Akã têm certificação orgânica, o cliente pode visitar os campos onde são cultivadas as ervas, assim como a fábrica. O próximo passo é a construção de uma estrutura de hospedagem e o Sebrae apoiou essa iniciativa através da consultoria "Estudo de viabilidade técnica e financeira". Quando a pandemia passar, dentro de pouco tempo, o turista poderá viver a experiência de se hospedar e experienciar o cotidiano de uma fazenda e da indústria de óleos essenciais”, ressalta Heitor.

Fonte: Ascom: Sebrae Irecê



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