Estudantes do Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC) de Irecê estão envolvidos com o projeto interdisciplinar “Economia solidária e criativa”. Idealizada durante o I Ciclo de Oficinas de 2021 da unidade escolar pertencente à Secretaria da Educação do Estado (SEC), a atividade tem como objetivo buscar alternativas empreendedoras baseadas na observação de experiências do conhecimento popular e com possibilidades de aprofundamento científico, dando respostas para problemas do cotidiano da comunidade local onde estão inseridos os alunos. Moradores, em sua maioria, de comunidades rurais, eles contam que abraçaram o projeto com o sentimento de pertencimento.
A coordenadora pedagógica do CJCC de Irecê, Édila Fernandes, explica que a intenção é passar para os estudantes uma perspectiva de crescimento econômico por meio de formas alternativas de empreendedorismo, considerando o compartilhamento de ideias com cooperativas e associações e as possibilidades de atividades criativas para que os moradores possam comercializar seus produtos e se ajudarem mutuamente. “Na busca pela sobrevivência no semiárido, região marcada por longos períodos de seca, percebemos fenômenos ou ações sociais cada vez mais presentes, através das associações comunitárias e atividades econômicas criativas, a exemplo do artesanato. Com isso, resolvemos apresentar para os estudantes a ideia de pesquisarmos esses movimentos sociais, as associações e cooperativas, as atividades de criação e o reaproveitamento de objetos, bem como a reciclagem para a venda, que agrega valor monetário aos mesmos”, explica a educadora.
O projeto, que incentiva experiências exitosas dentro da proposta da economia solidária e criativa, está na primeira fase, que é a de entrevistas com representantes de associações ou cooperativas. Por conta da pandemia do Coronavírus, os contatos dos estudantes com os moradores estão sendo realizados de forma on-line ou presencialmente, quando a fonte é um parente. É o caso de Roniclei Barbosa, 16, aluno do 1º/2º ano do Colégio Estadual Dr. Antônio Carlos Magalhães, que entrevistou o próprio avô. “Eu me identifiquei com o projeto porque meu avô, José Alves dos Santos, 76 anos, conhecido por Zé Preto, é líder comunitário do povoado de Águas Claras, em Presidente Dutra. Ele, que trabalhou por mais de 20 anos na associação local, buscando melhorias para a comunidade, é um exemplo de alguém que teve um olhar coletivo frente ao crescimento da atividade econômica de uma região que tem pouca chuva e sua economia é baseada na Agricultura Familiar”, conta.
O estudante Cauã Oliveira, 14, 9º ano da Escola Municipal Luiz Viana Filho, entrevistou a líder comunitária do bairro Nobelino Dourado, Dilva Neres, com quem aprendeu sobre a luta da associação por melhorias conjuntas para a comunidade. “Participar deste projeto está sendo muito bom, porque está me fazendo olhar para as coisas de uma forma mais criativa e rentável coletivamente. Em Irecê, entendo que as pessoas precisam de meios de sobrevivência financeira, devido à escassez de chuva na nossa região que dificulta a produção nas lavouras. A partir da economia criativa, por exemplo, podemos transformar um pneu que foi descartado em um puff e dele tirar uma renda. Já com a economia solidária, que se dá sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca e empresas, um grupo pode fabricar sabão e a renda do produto ser dividida entre seus participantes”.
Fonte: Ascom - SEC
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