Imagem aérea do Complexo Industrial Luís Eduardo Magalhães – CILEM
A Galvani deverá investir R$ 1 bilhão em dois projetos no estado da Bahia para aumentar sua capacidade de produção de 700 mil t/ano para 1,3 milhão t/ano de fertilizantes fosfatados. Foi o que revelou Marcelo Silvestre, presidente da empresa, durante o Invest Mining Summit 2024, realizado em São Paulo.
Os investimentos serão feitos na planta de fertilizantes que a empresa possui em Luís Eduardo Magalhães e numa nova unidade de mineração em Irecê, em parceria com a CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral). Como resultado, a Galvani dobrará sua capacidade produtiva até o primeiro semestre de 2025.
O executivo informa que, para o investimento na unidade de Irecê, a empresa conseguiu um empréstimo da Finep, já que se trata de um processo inovador, com concentração a seco e sem a utilização de barragem de rejeitos. Em Irecê será produzido concentrado fosfático para alimentar a planta de fertilizantes fosfatados de Luís Eduardo Magalhães. Além disso, será gerado um co-produto que será comercializado como corretivo agrícola.
Segundo Silvestre, a Galvani possui um centro de tecnologia de fertilizantes, localizado em Uberaba (MG), que lhe possibilita desenvolver rotas, processos e produtos novos, o que tem ajudado muito no plano de investimento futuro.
Ele disse que, do ponto de vista financeiro, o projeto de Irecê já está totalmente estruturado e deverá estar implementado em 2026.
A Galvani também tem um outro projeto Greenfield, em Santa Quitéria, no estado do Ceará, em parceria com a INB, que prevê a instalação de uma mina e planta de fertilizantes, orçado em R$ 2,5 bilhões. A produção da nova planta será 99,8% fosfato e 0,2% de urânio, que será destinado para a INB. “Trata-se de um projeto muito ligado à transição energética e segurança alimentar”, diz o executivo. De transição energética, porque durante a COP 28 foi previsto que a geração de energia termonuclear deve ser triplicada, o que fez o preço do material subir bastante. E de segurança alimentar, porque atualmente o Brasil importa 87% dos fertilizantes que precisa para sustentar a sua produção agrícola.
Atualmente o projeto de Santa Quitéria encontra-se em fase de licenciamento pelo Ibama. A Galvani espera poder iniciar a estruturação financeira do empreendimento a partir de 2025, estando previsto capital próprio, operações de Equity, mercado de capitais e, se for o caso, contração de dívida, já que se trata de um projeto de capital intensivo.
Atualmente a Galvani é líder no fornecimento de fertilizantes fosfatados na região do Matopiba, sendo também a única produtora verticalidade de fertilizantes nessa região, faturando anualmente cerca de R$ 1,3 bilhão com a escala de produção de 700 mil t/ano e contando com 1.300 funcionários, entre próprios e terceiros.
Justificando a importância dos projetos da Galvani, Marcelo Silvestre lembra que, hoje, 24% do PIB do Brasil é ligado ao agronegócio, 40% da pauta de exportação de 2023 foi derivada do agro, e há uma crescente demanda por fertilizantes. “Em 20 anos, o mercado de fertilizantes cresceu quase 300% em volume de consumo e a produção agrícola do Brasil cresceu mais de 300%. E as terras cultivadas aumentaram só duas vezes. Atualmente, o Brasil importa US$ 15 bilhões em fertilizantes, ou 87% do consumo. Dependendo do ano e das condições de mercado, esse valor varia de US$ 15 bilhões a US$ 25 bilhões. Dos quatro maiores produtores agrícolas do mundo (EUA, China, Índia e Brasil), dois deles têm mais de 50% de produção própria enquanto a China chega a 90%. E o Brasil tem só 13%”, conclui o presidente da Galvani.
Fonte: As informações são do site Brasil Mineral
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