Veja as opções de higienizadores de acordo com a faixa etária e dicas para uma limpeza sem traumas — Foto: Internet
O inverno chegou e com ele, novas crises de rinite, resfriados e até as indesejadas gripes atingem ainda mais as crianças. Para tentar evitar chegada de micro-organismos como vírus, bactérias, fungos e substâncias alergênicas que entram pelo nariz e chegam ao aparelho respiratório, e ainda aliviar a congestão nasal, a lavagem nasal com soro fisiológico ou uma solução salina caseira é cada vez mais recomendada por pediatras, otorrinos e fisioterapeutas como um hábito de higiene que deve fazer parte da rotina diária de bebês e crianças e até mesmo adultos.
O otorrino-pediatra Ricardo Godinho, professor da PUC-MG, explica os benefícios. "A lavagem nasal é uma prática recomendada para melhorar a qualidade de vida de crianças com dificuldade de respirar pelo nariz. Descongestionadas, ela dormem melhor, comem melhor. É um tratamento com ótima relação custo-benefício, e praticamente não gera efeitos colaterais. Há muitos benefícios", destaca o especialista, que é autor do “Guia de Orientação para os Pais: Cuidando dos Ouvidos, Nariz e Garganta das Crianças”.
Muitos pais relatam que desistem de fazer a higiene das narinas porque as crianças choram e têm medo. Um dos maiores causadores desse conflito é o uso de seringas para injeção em vez de dispositivos próprios para a lavagem nasal. Mas a recomendação da higienização nasal vem crescendo tanto que hoje em dia já existem diversas opções, algumas lúdicas e divertidas, que mais se parecem com brinquedos e foram feitas especialmente para as crianças.
Uma delas é o NoseWash, da marca Agpmed, uma seringa para lavagem de até 10 ml que pode ser usada em bebês a partir dos três meses. Com personagens como animais e super-heróis, conquista as crianças e ajuda a diminuir o medo nas primeiras aplicações. Outra é a garrafinha NoseWash Max, que permite limpeza com maior volume de soro, até 240 ml e controle do fluxo. E é indicada para crianças a partir dos 3 anos e adultos.
Usar seringas lúdicas como aliadas na hora de conquistar a confiança das crianças é também recomendado pelos especialistas: "Existem diferentes formas de lavar o nariz e cada criança reage e se adapta de forma individualizada. Existem medidas de lavagem nasal também indicadas para cada faixa etária, mais agradáveis. Para cada tipo de doença e gravidade de sintomas existe uma maneira de lavar o nariz, que vai ser a mais indicada. Fundamental, algo que perpassa por tudo isso, é que seja feita de forma gentil. A criança não pode sentir dor, a criança tem que colaborar com o processo, na medida do possível. Ela não pode se sentir desconfortável ao fazer a lavagem", reforça o otorrino-pediatra Ricardo Godinho.
A fisioterapeuta respiratória Genai Latorre recomenda que a lavagem nasal seja realizada duas vezes ao dia em bebês e crianças que apresentem quadro viral e uma vez naqueles que não possuem problemas, mas que os pais queiram trabalhar a limpeza de maneira preventiva. E orienta:
– A aplicação deve ser realizada sempre com a criança sentada ou em pé, nunca deitada;
- A cabeça deve estar posicionada para frente e levemente inclinada na direção contrária a qual a narina será lavada;
- Durante a lavagem, a criança deve manter a boca aberta;
- Usar sempre soro fisiológico (nunca apenas água);
- É importante que o líquido esteja em temperatura ambiente ou morna, nunca gelada;
- Também não se deve aplicar o conteúdo com força ou rapidez. A pressão do jato deve ser suave e contínua
“Sabemos que lavar o nariz dos pequenos pode ser um desafio. Então, quanto menos traumático for o processo, melhor será o resultado. Contar com um produto lúdico e adaptado para esse momento pode facilitar a vida dos pais e responsáveis e aumentar a aderência ao tratamento por parte das crianças”, comenta a fisioterapeuta Genai Latorre.
Lavagem nasal pode reduzir doenças respiratórias
Crianças que ficam resfriadas com maior frequência se beneficiam ainda mais com a lavagem nasal, e devem fazer até duas vezes ao dia - sobretudo quando elas chegam da escola e antes de dormir. As crianças, de uma forma geral, podem adoecer de quatro a dez vezes todos os anos de resfriados. Nos primeiros quatro anos de vida, principalmente quando entram na escola e passam a ter uma vida social mais intensa, elas podem ter um número maior de infecções respiratórias e resfriados.
“Algumas crianças ficam mais congestionadas por viverem em ambientes com alergênicos, como mofo, fumaça de cigarro, ou são crianças com características imunológicas que facilitem a ocorrência de infecções. Nelas, a lavagem nasal traz melhora mais rápida também e a higiene pode fazer parte da rotina - como um dos compromissos da criança – de escovar o dente, cuidar do cabelo, tomar banho. Assim, usarão menos medicamentos para o controle dos sintomas associados às rinites", destaca Godinho.
Quando as crianças precisam fazer uso de corticoides no nariz, a lavagem, inclusive, é recomendada para retirar o excesso de muco e melhorar a absorção do remédio no local.
Fonte: Com informações de assessoria.
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