Quinta-feira, 26 de Julho de 2018
Política

Quando boa parte dos leitores do site nasceu, dois deputados estaduais com mandato eletivo atualmente já estavam em atividade. Jurandy Oliveira, 81 anos, e Reinaldo Braga (PR), 78 anos. Cada um deles tem nove mandatos na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Ambos devem disputar a reeleição e, caso se reelejam, chegarão em 2022 com dez mandatos, totalizando 40 anos.

Mandato político, em tese, não deveria ser profissão. Não existe contrato, não tem carteira assinada. Mas o sistema político-eleitoral permite que assim a política seja encarada.

Jurandy, advogado de formação, nasceu em 1937 em Ipirá, interior baiano. Desde que assumiu mandato na AL-BA, passou por treze partidos. Antes de atuar no Legislativo, foi prefeito por dois mandatos em sua cidade natal.

Médico de formação, Reinado Braga já foi vereador e prefeito de Xique-Xique, no Vale do São Francisco. Aportou na Assembleia Legislativa em 1983 pelo PDS. De lá para cá, já esteve em quatro partidos. Diferentemente de Jurandy, Braga chegou a assumir o posto máximo do Parlamento baiano entre 2000 e 2003.

“FUNÇÃO PROFISSIONAL” - De acordo com o cientista político Maurício Ferreira Silva, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), não existe impeditivo para as sucessivas reeleições no Legislativo. Entretanto, ele acredita que a representação perde a sua matriz original.

“No longo tempo em que esses políticos permanecem em qualquer uma das casas (legislativas), esses políticos transformam a representação em uma função profissional, o que vai em desacordo com o preceito da representação política que foi pensada pela democracia liberal”, avaliou Maurício F. Silva.

MAIS RECORDISTAS - Além de Jurandy Oliveira e Reinaldo Braga, a Assembleia tem outros recordistas de mandatos: Targino Machado (DEM), com 24 anos de mandato; Aderbal Caldas (Progressistas), 20 anos; Roberto Carlos (PDT), 16; Nelson Leal (Progressistas), 20 anos.

Para Maurício Ferreira Silva, regras que impeçam a renovação indefinida de mandato devem ser avaliadas. “É importante para qualificar o processo democrático”.

OUTRO LADO -  A reportagem  tentou contato com os deputados Jurandy Oliveira e Reinaldo Braga, mas não obteve êxito ao longo da semana.

Fonte: Bocão



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