Quinta-feira, 08 de Março de 2018
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A recuperação e modernização da infraestrutura do Projeto Público de Irrigação de Ceraíma, em Guanambi (BA), vai possibilitar a retomada das atividades irrigadas de 112 agricultores familiares no semiárido baiano. Os serviços já foram iniciados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A ação consiste, principalmente, na implantação de um novo sistema de fornecimento de água que busca alta eficiência no uso de recursos hídricos. O total do investimento é de R$ 12,5 milhões– parte dos recursos é proveniente do Orçamento Geral da União, destinada à empresa por meio de emenda parlamentar e recursos suplementares.

As obras contemplam a substituição dos antigos canais abertos de condução de água por estruturas fechadas (tubulação), consideradas mais eficientes, em conjunto com o sistema de irrigação por microaspersão. "Trata-se de mudança de paradigma no fornecimento de água em projetos públicos, pois reduz a praticamente zero as perdas na condução hídrica do reservatório de Ceraíma até os lotes dos produtores. Além disso, a condução da água vai ocorrer por gravidade, dispensando o uso de energia elétrica na captação principal", explica o gerente de Irrigação da Codevasf em Bom Jesus da Lapa (BA), Hudson Faria.

"A atividade agrícola do projeto Ceraíma, especialmente a fruticultura, é fundamental para a região de Guanambi e cidades circunvizinhas. Graças ao aporte de recursos de emenda parlamentar e de recursos extraordinários ao Orçamento Geral da União, vamos implantar um sistema de irrigação mais eficiente até o fim deste ano. Com isso, a expectativa é que os agricultores voltem a produzir cerca de quatro mil toneladas de frutas por ano", avalia o superintendente regional da Codevasf em Bom Jesus da Lapa, Harley Xavier Nascimento.

Além de melhorar o processo produtivo dos agricultores familiares, a ação vai beneficiar áreas experimentais e educativas do Instituto Federal Baiano – Campus Guanambi e atividades de pesquisa e produção de alevinos pela Codevasf no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Ceraíma, entre outros usuários externos.

O plano de intervenções da Codevasf no projeto Ceraíma inclui ainda obras para a recuperação de estradas internas, armazéns e oficinas, além de outras estruturas de uso comum.

"A Codevasf tem investido na modernização e recuperação das estruturas dos projetos públicos de irrigação. As ações visam diversas melhorias, como a economia de água e energia e o transporte da produção, garantindo a sustentabilidade econômica e ambiental dos projetos", destaca o diretor da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, Napoleão Casado.

Fruticultura

Com a reestruturação do projeto Ceraíma, os agricultores familiares devem retomar a produção priorizando a fruticultura, com o plantio de culturas menos consumidoras de água, como manga, anonáceas, uva e culturas anuais diversas.

O produtor Estelito Alves Teixeira aguarda com muita expectativa a conclusão das obras para retomar suas atividades no projeto. "É um sonho voltar a produzir aqui. A minha perspectiva é que tudo seja como antes. Estamos dando a maior força, o maior apoio para que isso aconteça", explica. No local, o agricultor cultivava manga, banana, uva, melancia e outras frutas, além de outros produtos.

A expectativa do presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Agrícola de Irrigação do projeto de Ceraíma, Marcos Antônio Fraga da Silva, também é positiva. "No auge da produção do projeto, quando estava funcionando a todo vapor, a gente tinha uma produção grande, gerava muito emprego. A expectativa é que retorne isso, que o pessoal volte para Ceraíma", avalia.

O Projeto Público de Irrigação de Ceraíma está localizado no Médio São Francisco baiano, a cerca de 190 quilômetros de Bom Jesus da Lapa, sede da 2ª Superintendência Regional da Codevasf. Desde 2008, os agricultores familiares têm sofrido com as estiagens constantes na região que resultaram na redução da área cultivada ao longo dos anos. Parte dos produtores conseguiu manter o cultivo devido à construção de poços artesianos. Porém, a qualidade da água inviabilizou a manutenção de algumas culturas.

Fonte: Ascom/Codevasf



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