Domingo, 17 de Maio de 2020
Região

Existem várias ocorrências de morte de abelhas pela pulverização de pesticidas na agricultura e também devido a aplicações do “fumacê” no combate à dengue, doença infecciosa transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

O Engenheiro Agrônomo e criador de abelhas nativas sem ferrão, Márcio Pires de Oliveira, relatou ao Central Notícia o grave problema que aconteceu em sua propriedade, localizada na comunidade de Hidrolândia, município de Uibaí, região de Irecê.

 “Aplicaram veneno sem avisar, no horário de maior atividade de voo e forrageamento de abelhas e outros polinizadores nativos”, reclamou.

O agrônomo é responsável pela empresa Meliponário Rei da Mandaçaia, um empreendimento familiar especializado na criação, conservação e manejo de Abelhas Nativas Sem Ferrão.

‘ Estamos há mais de 30 anos criando, multiplicando e contribuído para preservação destes pequenos magníficos animais’.

O fumacê, que é uma solução de inseticida e óleo mineral na forma de uma fumaça densa e esbranquiçada, é borrifada com bombas grandes acopladas a veículos. É um dos recursos usados para evitar a proliferação das larvas do mosquito da dengue e exterminar o mosquito adulto contaminado, segundo especialistas no assunto.

Para Márcio Pires, é inadmissível que algum responsável técnico recomende uma aplicação de veneno às 5h da manhã, sendo que o alvo, o mosquito da dengue tem atividade de 7 às 10h e de 16h às 17h.

“Minha criação de abelhas (das espécies mandaçaia e jataí) tem registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e na Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB)”, disse.

“ Vou entrar com representação junto ao Ministério Público do Estado (MPE), além disso,  vou apurar as responsabilidades técnicas e a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART,  junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA). Cobrarei os crimes ambientais e indenização pelo prejuízo causado com o enfraquecimento e morte das colônias”.  

Colônias mortas 

Por conta do aumento do número de casos de dengue e chikungunya em Uibaí, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), liberou há cerca de 20 dias um carro fumacê, que vem fazendo a aplicação de inseticida no município (veja aqui).

De acordo com o Professor e Doutor Lionel Segui Gonçalves, o fumacê apenas mata o mosquito adulto pelo contato direto, quando ele está voando e atravessa a fumaça densa (por isto o produto não deve ser aplicado com vento forte, que dispersaria a solução). Portanto, o mais ideal é eliminar os criadouros de larvas ao longo do ano.

Vídeo:

Fonte: Central Notícia



Compartilhar no Whatsapp