Sexta-feira, 26 de Abril de 2024
MUNDO

Foto: Reprodução/ Redes Sociais

O presidente de Portugal reconheceu em público crimes cometidos durante o período colonial. É a primeira vez que um líder português pede perdão por estes crimes. A admissão ocorreu na noite desta terça-feira (23), em um jantar do chefe do executivo português com correspondentes internacionais, em meio às celebrações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que findou, após 48 anos, a ditadura portuguesa.

Na conversa, Rebelo declarou que Portugal “assume total responsabilidade pelos danos causados” e ainda afirma: “Temos que pagar os custos. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”. No entanto, o presidente português não deu detalhes quanto a como a reparação seria feita.

Durante mais de quatro séculos, foram ao menos 12,5 milhões de africanos capturados e forçados a viajar longas distâncias em navios europeus para serem vendidos como escravos. Aqueles que sobrevivessem às terríveis condições da viagem iam trabalhar nas Américas, em especial no Brasil e no Caribe.

Portugal foi o país que mais traficou africanos na era colonial: 6 milhões, quase a metade de todas as pessoas traficadas pela europa como um todo. No entanto, em Portugal, esse período costuma ser visto como uma fonte de orgulho.

Em abril do ano passado, também durante a comemoração anual da Revolução dos Cravos, em solenidade de boas-vindas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rebelo afirmou que o país europeu deveria pedir desculpas e assumir um papel de maior responsabilidade. Foi a primeira vez que uma autoridade portuguesa abordou uma possível retratação.

“Pedir desculpas às vezes é o mais fácil de fazer. Você pede desculpas, vira as costas e o trabalho está feito”, apontou o presidente. O político também destacou que deveria assumir essa responsabilidade para a construção de um futuro melhor.

A declaração do presidente se dá em um momento de tensões no tangente à questão racial no país. Na última sexta-feira (19), na Suíça, organizações de mulheres negras exigiram de Portugal medidas de reparação pela escravidão durante o período colonial no Brasil.

Em um comunicado, seis entidades da sociedade civil, entre elas o Instituto Marielle Franco manifestaram repúdio “diante da ausência absoluta de posicionamento” de Portugal sobre “medidas concretas de reparação à população negra brasileira pelos danos profundos causados pela escravização e o tráfico transatlântico, graves crimes contra a humanidade”.

O Conselho da Europa, principal instituição de direitos humanos do continente europeu, apontou, em março de 2021, que Portugal precisa de mais ações afirmativas para confrontar o seu passado colonial e seu papel no tráfico de escravos, com o objetivo de combater o racismo e a discriminação.

Em similar situação, em dezembro de 2022, a Holanda pediu perdão oficialmente pelo papel que o país exerceu no tráfico de escravos entre os séculos XVII e XIX. De acordo com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, o governo estabelecerá um fundo para iniciativas que ajudarão a combater o legado da escravidão na Holanda e em suas ex-colônias.

Fonte: Bahia Notícias



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Segunda-feira, 22 de Abril de 2024
MUNDO

País levou o título de grande campeão na modalidade de 9 a 16 anos

O Brasil conquistou o primeiro e o segundo lugar na modalidade de 9 a 16 anos e levou mais sete prêmios técnicos, em todas as categorias, no Mundial de Robótica que começou quarta-feira (17) e terminou neste sábado (20) em Houston, nos Estados Unidos.

O Mundial de Robótica da FIRST ocorre anualmente e reúne 15 mil estudantes de 6 a 19 anos de 50 países. Neste ano, o Brasil teve a maior delegação desde que o primeiro time brasileiro disputou o torneio, em 2000. Foram 144 alunos de escolas públicas e privadas de dez estados.

Os oito integrantes da Los Atômicos, de Araras (SP), garantiram o primeiro lugar na categoria de 9 a 16 anos. “Sem dúvida, essa foi uma experiência única e um sentimento inesquecível. Só temos a agradecer a todas as pessoas que nos ajudaram. É muito gratificante estar aqui e poder ser o campeão do World Festival”, comemorou Ana Clara Simionatto.

Outro time brasileiro que competia na mesma modalidade, a Pardoboots, de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), garantiu não só o segundo lugar, como também o prêmio de técnico/mentor. Os sete competidores e a técnica Monica Marques celebraram o título de Champion´s Award Finalist, que reconhece o sucesso da equipe em todos os critérios de avaliação.

“O prêmio representa a equipe inspiradora que foi bem em todas as áreas, então é o prêmio mais importante da competição. Estamos muito felizes!”, afirmou Otavio Andrade. Os brasileiros levaram mais seis prêmios técnicos: projeto de inovação, time estreante, espírito de equipe, inspiração, controle do robô e apresentação do pôster.

Fonte: Agência Brasil



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Terça-feira, 16 de Abril de 2024
MUNDO

Foto: Reprodução/ Poder 360

A fabricante de veículos Tesla demitirá mais de 10% de sua força de trabalho global. Segundo um memorando interno visto pela Reuters, via CNN, a empresa enfrenta queda nas vendas em meio à intensificação da disputa de preços dos veículos elétricos. A empresa pertence ao empresário Elon Musk, que é presidente-executivo da organização.

A maior montadora do mundo em valor de mercado tinha 140.473 funcionários em todo o mundo em dezembro de 2023, de acordo com o relatório anual. Não foi informado no memorando o número de empregados que seriam afetados.

“Enquanto preparamos a empresa para nossa próxima fase de crescimento, é extremamente importante analisar todos os aspectos da empresa para reduzir custos e aumentar a produtividade”, disse o Elon Musk no memorando.

“Como parte desse esforço, fizemos uma análise minuciosa da organização e tomamos a difícil decisão de reduzir nosso quadro de funcionários em mais de 10% em todo o mundo”, afirmou.

As ações da Tesla caíam 3,25% nas negociações da bolsa americana NASDAQ. Os cortes planejados chegam em meio a Tesla informou neste mês que suas entregas globais de veículos no primeiro trimestre caíram pela primeira vez durante quatro anos, já que a redução de preços não alcançou a demanda.

A Tesla, que divulga seu balanço trimestral em 23 de abril, está a caminho de uma desaceleração em 2024, depois de anos de rápido crescimento no número de vendas.

Fonte: Bahia Notícias



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Segunda-feira, 15 de Abril de 2024
MUNDO

Fontes da Casa Branca revelaram telefonema de Biden para Netanyahu, negando apoio para atacar o Irã - Foto: Jim WATSON / AFP

O governo israelense não pretende dar uma resposta imediata ao ataque realizado por forças iranianas no sábado, 13,contra o seu território. Foram mais de 300 mísseis e drones lançados contra Israel, a maioria interceptada pelos sistemas de defesa locais.

A decisão de não lançar uma contra-ofensiva se deve à falta de apoio internacional. Fontes da Casa Branca revelaram que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já comunicou ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que não fará parte sde nenhuma retaliação contra o Irã.

Rússia, China, França e Alemanha, além de Egito, Catar e Emirados Árabes Unidos também pediram moderação. "Faremos tudo para evitar uma nova escalada", disse o chanceler alemão Olaf Scholz, em pronunciamento aos jornalistas durante visita à China.

O ataque iraniano foi uma resposta ao bomvardeio, por parte de Israel, da embaixada do Irã na Síria, que matou três comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana. O governo do Irã afirma que a operação contra Israel já se encerrou.

Fonte: A Tarde



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Terça-feira, 13 de Fevereiro de 2024
MUNDO

Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará nesta semana a sua primeira viagem internacional em 2024. Lula desembarcará na próxima quarta-feira (14), no Cairo, capital do Egito, onde terá diversos compromissos, e também visitará a Etiópia, a partir da sexta (16).

Esta é a segunda visita do presidente Lula à África neste seu terceiro mandato presidencial. Em 2023, ele foi à África do Sul, a Angola e a São Tomé e Príncipe, além de fazer uma rápida visita a Cabo Verde. Somente no ano passado, Lula fez 15 viagens internacionais, e passou por mais de 20 países.

A agenda do presidente Lula na cidade do Cairo deve se iniciar com uma reunião bilateral, ainda pela manhã, com o presidente egípcio, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. Na sequência, Lula e o chefe de estado do Egito devem almoçar juntos no palácio presidencial, acompanhados de ministros dos dois países.

Depois do almoço, o presidente Lula deve fazer uma visita à Liga Árabe, organização criada em 1945 com objetivo de reforçar os laços e resolver disputas entre países árabes. A expectativa é de que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina.

Em 2023, o país africano abriu mercado para diversos produtos brasileiros, como peixes e derivados, carne de aves, algodão e gelatina e colágeno. Também deve ser discutida nos encontros bilaterais a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo.

Na sexta, o presidente brasileiro viajará para a Etiópia, onde participará como convidado de honra da Cúpula da União Africana. Em Adis Abeba, Lula também deverá se reunir com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a quem chamou de amigo, e com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em 17 ou 18 de fevereiro.

A Etiópia se tornou membro oficial do G20 em 2024 com apoio do Brasil. O país é a sede da Cúpula da União Africana, e o encontro que começará na sexta-feira contará com a participação de dezenas de chefes de Estado e governo. Além da Cúpula, o presidente Lula tem convites para diversas reuniões bilaterais, que ainda não estão definidas.

Após o retorno da África, Lula deve visitar, na última semana fevereiro, a Guiana, que sediará a cúpula anual do Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom), grupo regional criado em 1973 e que reúne 15 países caribenhos. Após as duas viagens internacionais, Lula deverá concentrar suas atenções na agenda doméstica e viajar pelo país para anunciar ações do governo federal. 

Fonte: Bahia Notícias



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Sábado, 27 de Janeiro de 2024
MUNDO

Foto: Google

O presidente Lula (PT) disse que o giro internacional feito por ele no ano passado, motivo de desgaste para o governo, tem sido fundamental para reabilitar a imagem do país lá fora.

“Vocês sabem, eu sou tido como um presidente que viaja muito para o exterior. Quero dizer para vocês que nunca antes na história do Brasil o Brasil esteve tão respeitado no mundo como está agora”, disse o petista na cerimônia que celebrou os 90 anos da USP (Universidade de São Paulo), nesta quinta-feira (25), aniversário de 470 anos da capital paulista. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

“Não sabia que a minha volta à Presidência da República e a derrubada do negacionismo neste país ia gerar tanta expectativa em todos os países do mundo”, afirmou. Acrescentou ainda que o prestígio se estende dos Estados Unidos à China.

O governo identificou arranhões na imagem de Lula em pesquisas internas realizadas no primeiro ano de seu terceiro mandato. O motivo seria justamente a quantidade de viagens internacionais que ele fez.

Segundo a Folha, as sondagens apontaram que a maioria considerou que a quilometragem internacional trouxe benefícios para o Brasil. Uma parcela considerável dos ouvidos, contudo, opinou que Lula deveria viajar menos para fora do país, e uma fatia menor ponderou que a quantidade de viagens do petista é adequada.

Sua primeira parada, em 2023, foi na Argentina, dias após assumir o cargo que já havia ocupado entre 2003 e 2010. Em um ano de governo, o petista visitou 24 países em 15 oportunidades no exterior, o que sempre defendeu como estratégia diplomática.

A previsão para 2024 é de mais excursões caseiras, até por se tratar de ano eleitoral, com muitos aliados para ajudar no pleito municipal. Mas já há no horizonte viagens para fora das fronteiras nacionais, como Estados Unidos (para a Assembleia-Geral da ONU) e Rússia (reunião dos Brics).

Fonte: Do site Bahia.ba



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Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
MUNDO

Foto: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou, neste domingo (3), em Berlim, na Alemanha, para uma visita de três dias ao país europeu. Ainda hoje, ele participa de um jantar oferecido pelo primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz. Amanhã (4), os dois líderes presidirão uma reunião de alto nível com ministros brasileiros e alemães.

“Chegada em Berlim para reunião entre o governo alemão e brasileiro, para reforçar nossa parceria e cooperação em muitas áreas – energia, indústria, combate às fake news e transição ecológica. Retomando o diálogo com os alemães que tinha sido abandonado em governos anteriores, uma das maiores e mais avançadas economias do mundo”, escreveu Lula, em publicação nas redes sociais.

A agenda na Alemanha é ampla, com a expectativa de que sejam assinados uma série de acordos que já vêm sendo discutidos há meses. Os atos são nas áreas de meio ambiente e mudança do clima, agricultura, bioeconomia, saúde, ciência, tecnologia e inovação, desenvolvimento global, integridade da informação e combate à desinformação.

Além disso, a Alemanha é um dos países que defendem a assinatura do acordo Mercosul-UE, o que também está na pauta das conversas do presidente Lula. Amanhã (4), Lula tem encontro com o presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, com a presidente do Senado, Manuela Schwesig, e com parlamentares da coalizão governista.

Na sequência, o presidente tem almoço de trabalho com o chanceler Olaf Scholz. À tarde, os dois líderes presidirão a 2ª Reunião de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível. Na ocasião serão assinados os instrumentos de cooperação entre os dois países.

Parceria – Terceira maior economia mundial, atrás dos Estados Unidos e da China, a Alemanha é um importante parceiro do Brasil, sobretudo nos campos tecnológico e industrial. Mais de mil empresas alemãs atuam em território brasileiro e, segundo o Banco Central, o país germânico é a oitava maior fonte de investimentos no Brasil. O comércio bilateral alcançou US$ 19 bilhões em 2022. Entre janeiro e outubro de 2023, somou US$ 15,9 bilhões.

Antes da Europa, o presidente brasileiro esteve no Oriente Médio onde participou da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes. Ele também cumpriu agendas em Riade, na Arábia Saudita, e em Doha, no Catar.

A retomada das viagens internacionais ocorre dois meses após Lula se submeter a uma cirurgia para restaurar a articulação do quadril. No retorno ao Brasil, o presidente recepcionará os chefes de Estado do Mercosul, na cúpula que será realizada em 7 de dezembro, no Rio de Janeiro.

Fonte: Agência Brasil



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Sexta-feira, 01 de Dezembro de 2023
MUNDO

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em seu primeiro discurso na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (1º) que o planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos, de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas, de discursos eloquentes e vazios e do auxílio financeiro aos países pobres que não chega. “O planeta já não espera para cobrar da próxima geração”.

Durante a solenidade, lula citou que a humanidade sofre com secas, enchentes e ondas de calor cada vez mais extremas e frequentes e lembrou a seca no Norte do Brasil e as enchentes no Sul. “A Amazônia amarga uma das mais trágicas secas de sua história. No Sul, tempestades e ciclones deixam um rastro inédito de destruição e morte”, destacou. “A ciência e a realidade nos mostram que desta vez a conta chegou antes”.

“Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta? Somente no ano passado, o mundo gastou mais de US$ 2 trilhões em armas. Quantia que poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática. Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres famintas?”

Segundo o presidente, a conta das mudanças climáticas não é a mesma para todos e chegou primeiro para as populações mais pobres. Ele lembrou que o 1% mais rico do planeta emite o mesmo volume de carbono que 66% de toda a população mundial. “O mundo naturalizou disparidades inaceitáveis de renda, gênero e raça.”

“Trabalhadores do campo, que têm suas lavouras de subsistência devastadas pela seca, e já não podem alimentar suas famílias. Moradores das periferias das grandes cidades, que perdem o pouco que têm quando a enchente arrasta tudo: casas, móveis, animais de estimação e seus próprios filhos. A injustiça que penaliza as gerações mais jovens é apenas uma das faces das desigualdades que nos afligem”.

Para Lula, não é possível enfrentar as mudanças do clima sem combater as desigualdades. “Quem passa fome tem sua existência aprisionada na dor do presente. E torna-se incapaz de pensar no amanhã. Reduzir vulnerabilidades socioeconômicas significa construir resiliência frente a eventos extremos. Significa também ter condições de redirecionar esforços para a luta contra o aquecimento global.”

“O não cumprimento dos compromissos assumidos corrói a credibilidade do regime. É preciso resgatar a crença no multilateralismo. É inexplicável que a ONU [Organização das Nações Unidas], apesar de seus esforços, se mostre incapaz de manter a paz, simplesmente porque alguns dos seus membros lucram com a guerra. É lamentável que acordos como o Protocolo de Kyoto ou os Acordos de Paris não sejam implementados”.

“Governantes não podem se eximir de suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos além de nossas fronteiras. O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo”, concluiu, ao citar os ajustes das metas climáticas brasileiras, a redução do desmatamento na Amazônia e o que chamou de industrialização verde, agricultura de baixo carbono e bioeconomia.

Fonte: Agência Brasil



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Quinta-feira, 23 de Novembro de 2023
MUNDO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou, nesta quarta-feira (22), o acordo entre Israel e o grupo palestino Hamas para libertação de reféns. “Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina”, disse ele, durante a Cúpula Virtual do G20, que marcou o fim da presidência da Índia do bloco.

O Hamas anunciou hoje que a trégua em Gaza entrará em vigor às 5h desta quinta-feira. Representante da ala política do movimento, Musa Abou Marzouk disse que o grupo "está preparado para um cessar-fogo global e a troca de prisioneiros".

O acordo envolve a libertação de 50 reféns pelo Hamas em troca de uma trégua temporária de quatro dias nos bombardeios na Faixa da Gaza e da libertação de 150 prisioneiros palestinos por Israel.

G20

A partir de 1º de dezembro, o Brasil assume a liderança do G20, grupo que reúne 19 das maiores economias do mundo e a União Europeia. A União Africana também tornou-se membro permanente durante a 18ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo, que ocorreu em agosto em Nova Déli, na Índia.

Em discurso na cúpula de hoje, o presidente Lula falou sobre a complexidade dos problemas globais e lembrou que entre as prioridades do Brasil no G20 está o fortalecimento da governança global “para lidar com antigas e novas questões”.

“Rivalidades geopolíticas persistem, a economia global desacelera e as consequências das mudanças climáticas se sucedem. O recrudescimento do conflito no Oriente Médio vem somar-se às múltiplas crises que já enfrentávamos”, disse.

“Esse conjunto de desafios vai exigir vontade política e determinação por parte de governantes e dirigentes de todos os países e organismos internacionais. Por meio do diálogo, temos de recolocar o mundo no caminho da paz e da prosperidade. O G20 tem um papel central a cumprir”, acrescentou.

Desde que assumiu o mandato, em discursos em diversas instâncias internacionais, Lula vem defendendo que o modelo atual de governança, criado depois da Segunda Guerra Mundial, não representa mais a geopolítica do século 21. Para o presidente, é preciso uma representação adequada de países emergentes em órgãos como o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Hoje, esse conselho, com poder de tomar importantes decisões pela paz internacional, reúne apenas Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, que têm poder de vetar decisões da maioria. Atualmente, fazem parte do conselho rotativo Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes.

O conflito

No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica.

Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.

Fonte: Agência Brasil



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Terça-feira, 21 de Novembro de 2023
MUNDO

As altas temperaturas observadas em diversas partes do planeta podem ficar ainda mais extremas, podendo chegar a quase 3 graus Celsius (ºC) acima da temperatura observada no período pré-industrial.

De acordo com o Relatório Anual de Lacuna de Emissões 2023, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), as metas previstas no Acordo de Paris estão cada vez mais difíceis de serem alcançadas.

Para se atingir o limite de aquecimento do planeta em 1,5ºC, conforme prevê o Acordo de Paris, acordo, seria necessário reduzir em 42% as emissões de gases de efeito estufa até o ano de 2030. Se a redução for de 28%, o aquecimento global chegaria a 2ºC.

O problema, segundo os dados divulgados nesta segunda-feira (20), é que em vez de baixar, as emissões globais aumentaram 1,2% de 2021 a 2022, “atingindo um novo recorde de 57,4 gigatoneladas de Dióxido de Carbono”. Cada gigatonelada equivale a 1 bilhão de toneladas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) lembra que até o início de outubro de 2023, foram registrados 86 dias com temperaturas 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e que setembro foi o mês mais quente já registrado, com temperaturas médias globais 1,8°C acima dos níveis pré-industriais.

Ambição maior

Diante da situação, a ONU conclui que para reduzir a lacuna de emissões, será necessário uma “mitigação implacável e transformação de baixo carbono", e que é necessário aproveitar a próxima Conferência das partes sobre Mudança Climática (COP28), que ocorre em Dubai, no final do mês, para elevar a  ambição de negociação das próximas rodadas de ações climáticas.

“Os compromissos atuais no âmbito do Acordo de Paris colocam o mundo no caminho para um aumento da temperatura de 2,5ºC a 2,9ºC acima dos níveis pré-industriais neste século, apontando para a necessidade urgente de uma maior ação climática”, resume o documento da ONU.

Ainda entre as principais conclusões do relatório de 2023, está a de que os países devem ter como objetivo eliminar quase totalmente a produção e uso de carvão até 2040; e uma redução combinada na produção e uso de petróleo e gás de, no mínimo, três quartos até 2050 a partir dos níveis de 2020.

“O potencial fracasso dessas medidas para se desenvolver em escala que exige uma eliminação global ainda mais rápida de todos os combustíveis fósseis”, complementa o estudo.

Compromissos confiáveis

De acordo com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, “os governos estão literalmente dobrando a produção de combustíveis fósseis. Isso significa problemas duplos: para as pessoas e o planeta. Não podemos enfrentar a catástrofe climática sem combater sua causa raiz: a dependência de combustíveis fósseis. A COP28 deve enviar um sinal claro visando o fim da era dos combustíveis fósseis”.

“Precisamos de compromissos confiáveis para aumentar as energias renováveis, eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e aumentar a eficiência energética, garantindo uma transição justa e equitativa”, acrescentou.

Entre os principais resultados do relatório de 2023 está também o de que uma transição equitativa da produção de combustíveis fósseis deve reconhecer as responsabilidades e capacidades diferenciadas dos países.

“Governos com maior capacidade de transição devem visar reduções mais ambiciosas e ajudar a financiar os processos de transição em países com capacidades limitadas”, diz o documento.

Transparência

O relatório pede aos governos que sejam mais transparentes com relação a planos e projeções relacionados à produção de combustíveis fósseis e ao alinhamento com as metas climáticas nacionais e internacionais.

“Os principais países produtores se comprometeram a alcançar emissões líquidas zero e lançaram iniciativas para reduzir as emissões da produção de combustíveis fósseis, mas nenhum se comprometeu a reduzir a produção de carvão, petróleo e gás, de acordo com a limitação do aquecimento a 1,5ºC”, diz o relatório.

Necessidades financeiras

O Relatório Anual de Lacuna de Emissões analisa o progresso no planejamento, financiamento e implementação de ações de adaptação às mudanças climáticas. Ele conclui que as necessidades financeiras de adaptação dos países em desenvolvimento são 50% maior do que a estimativa anterior.

A ONU estima que os custos de adaptação a serem implementados nos países em desenvolvimento são de US$ 215 bilhões por ano nesta década, e que o financiamento de adaptação necessário para implementar as prioridades de adaptação domésticas é de US$ 387 bilhões por ano.

Apesar de tamanhas necessidades, esses fluxos financeiros diminuíram 15%, chegando a US$ 21 bilhões em 2021.

Fonte: Agência Brasil



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