Quarta-feira, 23 de Outubro de 2019
Chapada Diamantina

Realizada anualmente pela Teia de Agroecologia dos Povos, a "6ª Jornada de Agroecologia da Bahia" reuniu durante cinco dias, em Utinga (Chapada Diamantina), indígenas, quilombolas, camponeses, assentados, militantes, representantes de universidades e órgãos federais para troca de saberes, reforço da luta identitária e discussão em torno de questões que estão na ordem do dia, a exemplo de biodiversidade e economia solidária. Foi encerrada no domingo (20), com um chamamento para o lugar das mulheres negras e indígenas.

Uma comitiva formada pelos secretários de Desenvolvimento Rural (SDR) e Justiça (SJDHDS), Josias Gomes e Carlos Martins; deputados estaduais Jacó e Marcelino Galo (PT); ex-deputado Yulo Oiticica; secretário nacional de Movimentos Populares do PT, Ivan Alex Lima; e diretores da CAR (Wilson Dias), Bahiater (Célia Watanabe) e CDA (Camilla Batista) acompanhou o evento.

"Terra, Território, Águas e Ancestralidade: Tecendo o Bem Viver" foi o tema do encontro, fechado com a "Carta da VI Jornada de Agroecologia da Bahia", documento que resume o espírito das discussões e os rumos que serão tomados, de acordo com Irailton Gonçalves Souza, coordenador da Teia dos Povos. 

"Tem sido a ancestralidade nossa grande conselheira e nos tem ensinado que 'ser forte é saber porque estamos lutando'(...) Está evidente que esta conjuntura nos faz um apelo à unidade, pois nossos mortos são mulheres, negros e indígenas. Há uma grande arquitetura da morte, eles lucram com nossos corpos em projetos do agronegócio, encarceramento de negros e indígenas, militarização e privatização do sistema de segurança pública, militarização e fechamento de escolas, megaprojetos de desenvolvimento que saqueiam nossos territórios e nos impedem de existir", diz o texto.

A "Carta da VI Jornada de Agroecologia da Bahia" também insiste na necessidade "vital" de enfrentamento às violências e toda sorte de subalternização das mulheres. Elas que já ocupam um lugar central, do plantio à organização da família e da comunidade. "É essencial que isto transpareça nas estruturas organizativas e de decisão – na agroecologia a terra é feminina e o papel fundamental é das mulheres".

Os signatários da Carta convocam todos os núcleos de base, elos da Teia, apoiadores e lutadores e lutadoras do povo para uma grande ação em março de 2020 em Salvador. "Ali o comando será das mulheres negras e indígenas e pelas mulheres e seus povos. Essa é nossa próxima tarefa e a cumpriremos"

Fonte: Assessoria



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