Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2019
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Até 2023, a energia eólica produzida na Bahia deverá gerar mais de 24 mil empregos diretos e indiretos nas cidades onde os parques eólicos estão e serão instalados. Levando em consideração que a maioria dos municípios está no semiárido baiano, a implantação dessas estruturas termina por gerar inúmeros benefícios diretos e indiretos para as comunidades, a exemplo da regularização dos títulos de terra, o pagamento de arrendamento para agricultores, construção de poços, entre outros.

Dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial(ABDI) demonstram que as contratações surgem em todas as etapas, desde o desenvolvimento de projeto, manufatura, construção e montagem, operação e manutenção e ensino e pesquisa. O estudo também aponta que existem carreiras para todos os graus de formação, desde profissionais com ensino médio e fundamental até engenheiros com especializações no trabalho em altitudes.

No estado, os municípios que mais têm investimentos provenientes de parques eólicos são Sento Sé, com 25 usinas; Caetité (21 usinas), Morro do Chapéu (16); Campo Formoso (13) e Gentil do Ouro (11). Ainda há a possibilidade de investimento num setor de produção de energia que mescla a produção solar e a eólica nos municípios de Sento Sé, Xique-Xique, Brotas de Macaúbas e Caetité, além do Vale São Francisco.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico (SDE) Luiza Maia, a perspectiva é que, até o final de 2019, a Bahia ultrapasse o Rio Grande do Norte na produção de energia eólica. Atualmente, o estado vizinho possui oito parques operando a mais que na Bahia, no entanto, o estado baiano tem mais 40 parques para entrar em operação.

“Temos focado na interiorização de novos negócios e o setor de energias renováveis traz esse impacto positivo nas economias locais, pois fomenta a geração de postos de trabalho em toda a cadeia produtiva, deixando um rastro de desenvolvimento nos municípios onde há parques implantados ou em implantação”, diz a secretária, ressaltando que a Bahia possui ventos constantes e unidirecionais, além  de um excelente nível de radiação solar. “O que o governo tem feito é incentivar e desenvolver essas vocações naturais na busca de alternativas limpas para geração de emprego e renda”, completa Luiza Maia.

Capacitação

Atualmente, o Estado conta com 138 parques em 12 municípios. A diretora de Desenvolvimento de Negócio da SDE Laís Maciel La Fuente salienta que a cada megawatt produzido são gerados 15 empregos diretos e indiretos por ano. “Cerca de 50% desses empregos dizem respeito ao processo de construção e montagem desses parques, fato que congrega profissões dos mais variados níveis”, esclarece, ressaltando que até o presente momento já foram criados 53 mil empregos em virtude dessas instalações. As contratações vão desde pessoas que atuam na indústria, construção civil, passando pelos setores de alimentação, hotelaria, logística, comércio local. “Cerca de 20% dessas vagas de trabalho surgem de modo indireto”, esclarece Laís.

Para garantir a capacitação de mão de obra, o Sistema Senai-Cimatec oferece cursos específicos em todos os níveis para essas áreas, além das unidades das universidades estaduais também oferecerem formação voltada para esse mercado nas respectivas regiões. Laís Maciel ressalta que em Salvador existem cursos do Senai e da Uneb. A UNIFACS (privada) também prepara estudantes para atuarem nesse mercado.

A diretora de Desenvolvimento de Negócios salienta que até 2023 a perspectiva é a de que sejam criados mais 91 parques eólicos na Bahia, que vão ofertar mais 24 mil empregos. “Estamos com 56 parques em processo de construção e nos próximos anos teremos outros 35 que ainda entrarão em operação”, destaca.

Energia limpa

Na Bahia, mais de 30% da energia produzida no estado é eólica, matriz que só fica atrás de hidroelétrica e térmica (gás). As empresas que mais investem no estado são a Renova, com quase 7 bilhões em investimento em 93 parques, seguida da ENEL, com a metade deste valor, cerca de 3,6 bilhões, com 29 parques. Depois a CER, com 18 parques, GPEXPAN e ENGIE com 11 parques.  Todas as empresas aceitam currículos em sues sites.

No Brasil, a fonte eólica é responsável por cerca de 10% de toda a geração de energia produzida.

Na última semana, inclusive, foi inaugurada, em Morro do Chapéu, o complexo da Enel Green Power Brasil. A empresa possui oito parques eólicos em operação comercial no município, com capacidade instalada de 231.8 Megawatts (MW), que contaram com um investimento de R$ 863 milhões. Há ainda mais três parques em implantação, com capacidade instalada de 78 MW.

“Juntos, os parques em atividade da Enel geraram 3,4 mil empregos em toda a cadeia produtiva. Isto rendeu uma onda de desenvolvimento à região de Morro do Chapéu e a previsão é de expansão. A política de atração de investimentos em renováveis para o interior, por parte do governo do estado, tem ocasionado este impacto positivo nas economias locais”, destacou Luiza Maia.

Atual líder em geração de energia solar e um dos maiores players eólicos do país, a Enel projeta investir mais R$ 428 milhões e promover a geração de 1,2 mil empregos na construção dos três parques em implantação no município.Além de Morro do Chapéu, a Enel possui outros 18 parques eólicos.

Frentes de Trabalho

Sento Sé -  Localizado  às margens do Lago de Sobradinho, na região do São Francisco, e distante 689 Km de Salvador e gerou 9.400 empregos em toda a cadeia produtiva

Caetité - A terra de Anízio Teixeira e Waldick Soriano está no Centro Sul do Estado e conseguiu gerar 8.109 postos de trabalho ao longo da implantação dos parques eólicos

Morro do Chapéu - Localizado a 384 km a noroeste da capital, na zona oriental da Chapada Diamantina, é um dos locais mais frios do estado, com uma altitude média de 1.100 m. Conseguiu ofertar 6.826 vagas de trabalho

Campo Formoso - O antigo aldeamento indígena está a 401 km de Salvador e gerou 5.400 empregos diretos e indiretos

Gentio do Ouro - Antes distrito de Xique-Xique, a cidade gerou 3.690 empregos

Fonte: Correio 24Horas



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