Terça-feira, 27 de Junho de 2023
BAHIA

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgou dados alarmantes sobre a ocorrência da febre maculosa no estado. Entre os anos de 2012 e 2023, foram registrados 13 casos da doença infecciosa causada pela bactéria do gênero Rickettsia e transmitida pela picada do carrapato estrela. O levantamento revelou que o ano de 2021 foi o mais preocupante, com quatro casos, seguido por 2022, com três, e 2019, com dois. Os anos de 2020, 2018, 2015 e 2012 tiveram um caso confirmado por ano.

Recentemente, uma tragédia ocorreu em Campinas, no interior de São Paulo, onde quatro pessoas perderam a vida devido a complicações causadas pela febre maculosa. Esses óbitos ocorreram após os indivíduos participarem de eventos realizados em uma fazenda na região. Além das mortes, outros 17 casos suspeitos de infecção foram relatados, aumentando a preocupação com a disseminação da doença.

Por outro lado, especialistas explicam que o baixo índice de casos na Bahia se deve à falta de contato frequente com áreas propícias à proliferação de carrapatos. Diferentemente das regiões Sudeste e Sul do país, onde a febre maculosa é considerada endêmica devido à extensão de mata, as infecções na Bahia costumam ocorrer principalmente na região sul e na Chapada Diamantina. O contato mais frequente com animais de zonas rurais e a realização de trilhas nesses locais aumentam o risco de infecção.

Para se proteger da contaminação por carrapatos, o médico infectologista Antonio Carlos Bandeira, do Laboratório Central do Estado da Bahia (Lacen-Ba), aconselha o uso de roupas longas em áreas de risco, como regiões de mata e durante trilhas. Ele enfatiza a importância de passar repelente em todo o corpo antes de se aventurar nesses locais e ressalta a necessidade de utilizar meias grossas, calças grossas, botas e camisas de manga comprida para uma maior proteção contra a picada do carrapato. Ele também alerta para a presença de ninhos de carrapatos, que se assemelham a troncos de árvores e podem ser facilmente confundidos, destacando a importância de ficar atento onde se pisa.

E os PETs?

Quanto à transmissão da doença por animais domésticos, o infectologista explica que é raro que eles sejam hospedeiros da febre maculosa. Caso carrapatos sejam identificados nos animais de estimação, é necessário um tratamento imediato, mas a classe de carrapatos normalmente encontrada nesses animais não costuma transmitir a doença.

Como são os sintomas

Os sintomas da febre maculosa são semelhantes aos da dengue, incluindo dor de cabeça, dor atrás dos olhos, manchas espalhadas pelo corpo, vômitos e febre. Antonio Carlos Bandeira destaca a periculosidade da doença e ressalta a importância de relatar detalhadamente os possíveis contatos com carrapatos para permitir uma investigação adequada por parte dos médicos, especialmente devido à semelhança dos sintomas com outras infecções. O tratamento consiste no uso de antibióticos específicos, que variam de acordo com a progressão da doença.

Fonte: Metro 1



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