Quarta-feira, 10 de Julho de 2024
Economia

Foto: Banco de imagens

As exportações baianas se mantiveram estáveis no primeiro semestre de 2024, alcançando US$ 5,162 bilhões, com leve crescimento de 0,1% em relação ao mesmo período de 2023, quando atingiram US$ 5,159 bilhões. O volume embarcado no semestre foi 10,7% inferior no comparativo interanual, mas foi compensado pela valorização dos preços dos produtos exportados, que subiram em média 12,7%. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Com os resultados mensais oscilando bastante, junho fechou com vendas ao exterior de US$ 718,8 milhões, com destaque para o segmento de cacau e derivados, com vendas de US$ 68,7 milhões no mês e incremento de 300%; e o algodão, com receitas de US$ 37,4 milhões e crescimento de 147%, todos no comparativo interanual.

No semestre, o principal destaque pelo lado das exportações ficou por conta da valorização de produtos da indústria extrativa em 73,5% (minérios e metais preciosos), da indústria de transformação (10,3%) e dos agropecuários (6,1%), compensando boa parte da queda registrada no volume exportado, principalmente dos produtos industriais (-16,7%).

O principal segmento da pauta de exportação baiana, a soja e seus derivados, manteve a liderança com 36,8% dos embarques, o equivalente a US$ 1,13 bilhão (22% do total exportado pelo estado no semestre), mas recuou em comparação ao primeiro semestre de 2023 em 11,4%, como consequência da redução dos preços em média em 16,3%. As cotações do grão entraram em rota descendente desde meados do ano passado, uma tendência que se manteve nos seis primeiros meses de 2024, reflexo das boas perspectivas para a safra 2024/25 nos Estados Unidos.

Os melhores desempenhos também ficaram com segmentos da agroindústria, como algodão, que cresceu 282%, café e especiarias (59%) e derivados de cacau (82%) no comparativo interanual. Todos têm previsão anual de aumento na produção.

As exportações baianas para a China, principal destino dos produtos baianos, com 26,2% de participação, cresceram 14,2% no semestre, em relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas totais para a Ásia também subiram (6,6%), em ritmo menor, devido à redução dos embarques de derivados de petróleo.

Na mesma base de comparação, as vendas para a América do Norte cresceram 2,5%, enquanto para a América do Sul e Mercosul caíram 21,7% e 28,7%, respectivamente. Para a União Europeia foi registrado recuo de  2,7%.

IMPORTAÇÕES

As importações baianas no semestre alcançaram US$ 5,55 bilhões, 17,1 % acima de igual período do ano passado. O crescimento da importação foi puxado por combustíveis e bens de consumo. Em volume, a entrada de bens aumentou 30,8% na mesma base de comparação. Em junho, pelo quinto mês consecutivo, as importações registraram crescimento, desta vez de 29,1%, atingindo US$ 819,3 milhões.

A alta da importação reflete a atividade, mais forte nos primeiros meses deste ano, e fundamenta para cima as projeções de investimento para o segundo semestre de 2024. Entretanto, parcela importante do aumento das importações se deve ao aumento das compras de combustíveis, principalmente petróleo bruto, nafta e gás natural liquefeito. A queda de preços em outro setor importante na pauta de importação, os fertilizantes, não impediu o aumento dos desembolsos em 1,04%. Por outro lado, o volume desembarcado cresceu 47,5%, sobretudo oriundo da Rússia.

Ao contrário do que foi registrado nas exportações, os preços dos produtos importados caíram em média 10,4% no semestre, enquanto o volume de compras aumentou 30,8%. Com os resultados do primeiro semestre, o saldo comercial do estado no período chegou a um déficit de US$ 386,8 milhões, contra um superávit de 419,5 milhões no mesmo período do ano passado. Já a corrente de comércio atingiu US$ 10,7 bilhões, também com incremento de 8,2% no comparativo interanual.

Fonte: Ascom/SEI



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