Segunda-feira, 15 de Abril de 2024
BRASIL

Foto: UFLA

O mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, pode picar até mesmo por cima de roupas. A confirmação está em um estudo realizado pela UFLA, a Universidade Federal de Lavras, no Sul de Minas Gerais. O experimento foi desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa Biomédica. Os testes para a realização foram feitos com insetos não contaminados, criados em laboratório.

Durante o processo, os pesquisadores descobriram que em contato com o tecido que está sobre a pele, o mosquito consegue fazer com que o aparelho bucal atravesse a roupa e se alimente do sangue.

Responsável pelo estudo, a coordenadora Núcleo de Pesquisa Biomética da UFLA, Joziana Barçante, diz que a contaminação pelo mosquito ocorre porque a fêmea tem um aparelho bucal alongado, capaz de ultrapassar até o tecido das roupas.

“A gente fez a filmagem desse procedimento da fêmea pousando sobre a luva na mão calçada e com o jaleco na mão também. E fizemos a filmagem de todo esse procedimento dela se alimentando. Então, a fêmea do Aedes aegypti tem um aparelho bucal diferente de alguns outros insetos. Ele que é bem longo. Nesse processo, ela precisa sondar a pele pra introduzir o aparelho bucal e chegar direto no capilar sanguíneo e fazer essa alimentação mesmo com a roupa”, explica.

Uma nova fase de estudos vai ser iniciada junto com a UFMG. O objetivo é descobrir se os mosquitos também conseguem infectar pessoas vestidas com roupas de tecidos mais grossos e com cores variadas, como explica Joziana Barçante.

“Esse estudo vai ser delineado a partir de agora pra esses diferentes tecidos e diferentes cores de tecidos também. Porque a gente também recebeu muita demanda questionando se o tipo de roupa, se a coloração da roupa tem influência também nessa atração ou nessa repelência de insetos, então é uma nova fase que a gente entra agora”, afirma.

Mais de 3,1 milhões de casos de dengue foram registrados no Brasil em 2024. Segundo o Ministério da Saúde, 1.292 mortes foram contabilizadas. Outras 1.875 estão em investigação. Os dados foram divulgados pelo Painel de Monitoramento de Arboviroses. 

Fonte: CNB Globo



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