Terça-feira, 24 de Março de 2020
BRASIL

Depois de receber críticas, o presidente Jair Bolsonaro decidiu revogar trecho de uma medida provisória que permitia a suspensão do contrato de trabalho por quatro meses.

O Ministério da Economia apresentou a medida provisória como uma medida para garantir empregos e a renda durante o período de calamidade pública. Mas a medida provisória causou um grande debate assim que foi publicada no Diário Oficial no domingo (22).

A MP flexibiliza regras trabalhistas para combater os efeitos do novo coronavírus sobre o emprego: autoriza o trabalho a distância, inclusive de aprendizes e estagiários; a suspensão de férias para trabalhadores da área de saúde e de serviços considerados essenciais como segurança pública e privada, transporte de passageiros, transporte e entrega de cargas em geral, produção, distribuição e comercialização de combustíveis e derivados, distribuição de água e energia, telecomunicação e internet, e imprensa; e a antecipação de férias individuais, mesmo para quem ainda não tem tempo adquirido – o trabalhador deve ser avisado com no mínimo 48 horas de antecedência.

Quem está no grupo de risco para o coronavírus terá prioridade para sair de férias. A MP autoriza ainda a concessão de férias coletivas, o pagamento do um terço de férias até o dia 20 de dezembro, folga para descontar nos próximos feriados, adiamento do recolhimento do FGTS pelas empresas.

Acordos individuais entre patrões e empregados estarão acima das leis trabalhistas ao longo do período de validade da MP para “garantir a permanência do vínculo empregatício”, desde que não seja descumprida a Constituição.

A principal mudança na medida provisória está no artigo 18, que permitiria suspender, por acordo direto entre patrão e empregado, o contrato de trabalho por até quatro meses sem pagar salário. Benefícios como o plano de saúde teriam que ser mantidos.

“Flexibiliza mais a CLT, é uma maneira de preservar empregos, diminui o tempo do aviso prévio, permite que se entre em férias agora, que é melhor do que ser demitido. Basicamente, é por aí”.

A autorização para suspender os contratos de trabalho por quatro meses sem o governo garantir uma renda mínima para o trabalhador recebeu muitas críticas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que negociou as medidas com a equipe econômica, mas que o texto da MP não seguiu o que estava no acordo.

“O governo prometia anunciar que nesta medida provisória vinha aquela redução do 50%, com o governo pagando 25% até dois salários. Inclusive, acho que está até na exposição de motivos essa parte onde o governo entraria com R$ 10 bilhões. Mas, sumiu do texto”, disse Maia.

O líder do PSL no Senado, Major Olímpio, declarou que “é preocupante e urgente que seja interditado o art. 18 da MP, que prevê quatro meses de suspensão do contrato do empregado e não prevê nenhuma contrapartida do Estado”.

“Não temos como aceitar propor que o trabalhador fique sem receber por até quatro meses em meio a uma crise como esta é absolutamente impróprio, indo em sentido contrário às medidas de proteção social que devem ser tomadas”.

O presidente Jair Bolsonaro rebateu as críticas afirmando que o governo daria uma ajuda aos trabalhadores que tivessem os contratos suspensos, mas não explicou como essa ajuda seria paga nem o valor.

Pouco depois, no início da tarde, o presidente mandou retirar da medida provisória o artigo que permitia a suspensão dos contratos.

Mais tarde, o secretário de Previdência, Bruno Bianco, disse que o trecho foi revogado porque gerou confusão.

“Tão logo fosse editada essa medida, haveria outra que traria, aí sim, as possibilidades de ajuda por parte do estado para com empregados e empregadores, e esse plano continua absolutamente de pé. Portanto, o que acontece é o seguinte, o presidente da República pediu que nós suspendêssemos esse artigo porque houve uma má interpretação”.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (23) que o sistema financeiro brasileiro é sólido e está bem capitalizado. Ele afirmou também que o Banco Central tem grande arsenal para enfrentar qualquer crise.

Roberto Campos Neto anunciou medidas para aumentar em mais de R$ 1 trilhão o dinheiro disponível nos bancos.

“O maior plano de injeção de liquidez e de capital da história do país. Vamos atravessar essa crise com facilidade, o BC está atento, se antecipou, acho que, em grande parte, inclusive, a vários outros setores nesse entendimento”.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou também que enviou à equipe econômica uma proposta para criar um orçamento de guerra, que seria voltado exclusivamente para ações de combate à pandemia.

Segundo Maia, a ideia é separar o orçamento da crise do orçamento fiscal do ano, para não gerar um impacto de aumento de despesa num momento de desaceleração da economia.

Fonte: O Globo



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Segunda-feira, 23 de Março de 2020
BRASIL

Neste domingo (22), o governo do presidente Jair Bolsonaro editou uma medida provisória que permite que contratos de trabalho sejam suspensos por até quatro meses, o período que dura a declaração de calamidade pública. No ínicio da tarde desta segunda-feira (23), Bolsonaro afirmou que irá revogar o artigo da medida que fala sobre a suspensão do pagamento salariais.

A medida faz parte de um pacote para lidar com a pandemia de coronavírus. Segundo o governo, a MP é uma forma de “evitar as demissões em massa”.

Mas o que isso implicaria na vida do trabalhador?

“Na prática isso significa que o governo jogou todo o ônus da crise econômica nas costas do trabalhador. As empresas estão ganhando crédito para se manter nessa época. Para o empregado, sobrou a parte ruim”, explica o advogado trabalhista Ronaldo Tolentino, sócio da Ferraz dos Passos Advocacia.

Com a MP, as empresas têm as seguintes opções para lidar com a crise: o empregador pode dar férias coletivas, pode antecipar as férias individuais ou feriados e pode, por fim, suspender os contratos e salários.

Durante o período de suspensão, o valor do Fundo de Garantia (FGTS) não será recolhido. A empresa pode recolher o fundo ao fim dos quatro meses, sem juros e sem multa.

A CLT prevê que, quando o trabalhador tira férias, deve receber o salário mais um terço antes de aproveitar o benefício. Com a MP, se o descanso for antecipado, o valor pode ser pago somente depois dos quatro meses e o 1/3 até o final do ano, junto ao 13º.

A MP não garante estabilidade e coloca o “acordo individual” como principal forma de decisão. Para Tolentino, isso deixa o trabalhador desprotegido. “Fica complicado: ou você aceita a suspensão do contrato, ou é mandado embora. É um acordo individual onde as partes não estão em pé de igualdade”, explica.

Caso as empresas optem por suspender o contrato dos funcionários, elas devem fornecer um curso de capacitação não presencial. Esse já era um ponto previsto na CLT.

“Mas como o funcionário vai se alimentar? Como ele vai pagar a internet para ter acesso a isso? É muito complicado se a gente pensar na situação brasileira. A maioria dessas pessoas não consegue fazer uma reserva, recebe o salário e já está tudo ali empenhado com alimentação, educação, saúde”, afirma o advogado trabalhista Mauricio Corrêa da Veiga, sócio do Corrêa da Veiga Advogados.

A medida prevê uma ajuda de custo facultativa ao colaborador no período da suspensão do contrato, sem valor mínimo especificado.

Para o contrato ser suspenso, o funcionário precisa concordar. Uma vez que ele concordar, não existe outra opção: o contrato será suspenso, o curso será oferecido e ele terá de esperar o período acabar.

A situação muda caso o funcionário não aceite e a empresa o suspenda mesmo assim. “Dessa forma a suspensão não tem validade e ele poderá reivindicar depois toda a verba que ele teria direito nesse período”, garante Marcelo Mascaro, advogado sócio na Mascaro Nascimento Advogados.

Quando o período de suspensão acaba, na CLT, existe uma garantia do emprego e o funcionário não pode ser dispensado por um certo tempo. “A MP não traz nenhuma previsão sobre isso. Para se preservar os empregos, efetivamente, seria interessante ter um ponto que aborde isso”, afirma Mascaro.

Toletino acredita que a medida pode causar um problema social grave. “O trabalhador vai conseguir comprar comida, vai conseguir pagar as suas contas? Em situações mais extremas, pode gerar saques nas ruas”, diz.

Para Veiga, economicamente falando, em um futuro próximo, a MP trará mais problemas do que soluções. “Não adianta você salvar sua empresa e deixar ali uma massa de desempregados e um contingente que não tem a menor estrutura para poder consumir. Se não houver uma distribuição de renda ou um auxilio maior do próprio governo, o futuro será catastrófico”, diz.

Mais cedo, Jair Bolsonaro publicou em seu perfil no Twitter que “o governo entrará com ajuda nos próximos 4 meses, até a volta normal das atividades do estabelecimento”. Na MP atual não está previsto nenhum tipo de auxílio governamental.

Fonte: Revista Exame



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Sábado, 21 de Março de 2020
BRASIL

O jornalista Marcelo Magno, apresentador do PI TV na TV Clube, afiliada da Globo no Piauí, está internado em estado grave por conta do novo coronavírus. Ele teria contraído o vírus ao viajar para o Rio de Janeiro para participar do rodízio de apresentadores do Jornal Nacional, no dia 7 de março.

Marcelo Magno apresentou sintomas após voltar da viagem que fez a trabalho para o Rio de Janeiro. Ele chegou a apresentar uma edição do PI TV, mas apresentou sintomas do Covid-19 logo em seguida e foi hospitalizado. O jornalista chegou a ser entubado, na UTI de um hospital particular de Teresina, devido ao agravamento de seu quadro.

Segundo o G1, um boletim médico emitido na última quinta (19) informou que, apesar do estado de Magno ser considerado grave ele é um paciente estável. Foram feitos outros exames no jornalista e os resultados deram negativos para influenza e demais vírus do painel viral geral.

Fonte: G1



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Quarta-feira, 18 de Março de 2020
BRASIL

Doênça tem se espalhado pelo mundo, causando preocupação - Foto: Divulgação

O estado de São Paulo registrou o primeiro caso no Brasil de morte de pessoa infectada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), segundo informou o governo estadual nesta terça-feira (17).

A vítima é um homem de 62 anos que estava internado no Hospital Sancta Maggiore, da Rede Prevent Senior, no Paraíso, na capital paulista. Ele morava na cidade de São Paulo e tinha histórico de diabetes e hipertensão, além de hiperplasia prostática — um aumento benigno da próstata que não é uma doença, mas uma condição comum em homens mais velhos e que pode causar infecções urinárias.

Segundo o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência para o coronavírus no estado de São Paulo, a vítima teve os primeiros sintomas da doença no dia 10 de março, sendo internada quatro dias depois, dia 14, e falecendo às 16h03 desta segunda-feira (16).

“Infelizmente o ocorrido foi o primeiro óbito aqui. Um homem morador de São Paulo internado num hospital privado e o diagnóstico de coronavírus foi feito também por um laboratório privado. Ele veio a óbito ontem 16h03 e não tem histórico. Fomos informados oficialmente hoje às 10h. Existem quatro outros óbitos neste mesmo serviço particular que estão sendo investigados. Assim que tivermos informações sendo ou não coronavírus vamos informá-los”, afirmou David Uip.

O secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, informou que o homem não tinha histórico de viagens ao exterior e está sendo tratado como caso de transmissão comunitária do vírus.

"Temos que repensar cada vez mais as medidas de prevenção, principalmente por se tratar de um óbito comunitário", declarou o secretário.

Nesta manhã, no momento em que a morte foi anunciada pelo governo de São Paulo, havia 314 casos da doença causada pelo vírus em todo o Brasil, confirmados pelas secretarias de Saúde dos estados. Boletim do Ministério da Saúde desta segunda-feira (11) confirmava 234 casos.

A Secretária Estadual de Saúde afirma que 164 casos da doença em São Paulo já foram confirmados até esta terça-feira (17). Pelo menos 156 pacientes infectados pelo Covid-19 estão na capital paulista e os demais em oito municípios da Grande São Paulo.

Fonte: O Globo



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Segunda-feira, 16 de Março de 2020
BRASIL

O ‘Domingão do Faustão’ foi exibido, pela primeira vez em 31 anos de história, sem a participação da plateia. A ação da TV Globo acontece em decorrência da pandemia de coronavírus, declarada nesta semana pela Organização Mundial da Saúde. Em média, 400 pessoas são colocadas no auditório do Faustão a cada fim de semana.

“Esse ‘Domingão’ de 15 de março de 2020 é o primeiro de sua história em quase 31 anos de história na Globo, de um programa de auditório, que terá o seu auditório vazio”, lamentou Fausto, logo no início da atração.

“O coronavírus, o terror da humanidade em tempos atuais. Quanto maior a informação e a conscientização, mais será minimizada, diminuída a consequência desse problema que está em todos os continentes. Por isso, a direção da Globo decidiu tomar essa decisão por precaução”, justificou, em seguida.

O site UOL apurou que um novo balé foi contratado especialmente para esta edição, depois que uma das bailarinas do programa dominical foi diagnosticada com a Covid-19. A profissional teria ainda ensaiado com 20 outras bailarinas na semana passada e, por causa disso, todas ficaram em quarentena. “O nosso balé está desfalcado”, disse Fausto.

Além do ‘Domingão’, a Globo cancelou a presença de plateia no reality show ‘Big Brother Brasil’, suspendeu a exibição do ‘Mais Você’, adotou medidas excepcionais para a gravação de novelas e reprisou a missa do Padre Marcelo Rossi, que acontece no Santuário Mãe de Deus, em Interlagos, na zona sul de São Paulo.

O receio da pandemia levou outras emissoras a adotarem medidas parecidas. O SBT, por exemplo, determinou a apresentação do ‘Roda Roda’ e do ‘Domingo Legal’, hoje, sem o auditório.

Ao site UOL, a emissora de Silvio Santos, no entanto, explicou que tem acompanhado a evolução da pandemia e que cada caso —se haverá ou não plateia— será estudado pela direção.

Fonte: UOL



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Domingo, 15 de Março de 2020
BRASIL

Diagnosticado com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) afirmou, neste sábado (14), que “abraçou meio Congresso” ao chegar de viagem esta semana. Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, ele integrou a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Miami (EUA). Ao jornal O Globo, ele afirmou: “Eu abracei meio Congresso. Você entra lá dentro, vindo de uma viagem internacional, e acaba abraçando os caras. A gente gosta deles. Eles gostam da gente”.

Depois de voltar de viagem, Trad esteve no Senado. Na quarta-feira (11), foi um dos participantes do encontro de emergência sobre a crise do coronavírus entre integrantes da cúpula do governo federal com o comando do Congresso, no qual os representantes de Jair Bolsonaro alinhavaram a liberação de mais dinheiro para o combate ao vírus. Na reunião, estiveram os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lideranças partidárias de diversas siglas e os ministros da Economia, Paulo Guedes; da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira; e da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.

Após a viagem, o secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, teve a contaminação pelo coronavírus confirmada, o que levou vários integrantes da comitiva a serem testados. Como viajou próximo a Wajngarten no avião, na volta de Miami, Nelsinho afirmou ter certeza de que foi infectado a partir dele. Após a confirmação, resolveu ser testado e está em isolamento em casa, no Mato Grosso do Sul. Segundo o senador, ele está sentindo sintomas “leves” de gripe.

Confirmado o diagnóstico, Nelsinho recebeu uma ligação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que chegou a dizer que iria visitá-lo – mas o próprio senador recomendou que, frente ao risco de contágio, ele não o fizesse. Os dois também conversaram sobre o risco de contágio nas dependências do Congresso.

Fonte: O Globo



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Sábado, 14 de Março de 2020
BRASIL

O ex-ministro de Jair Bolsonaro e pré-candidato a prefeito do Rio, Gustavo Bebianno, morreu na manhã deste sábado (14) em Teresópolis, Região Serrana do Rio, após um infarto.

Bebianno, de 56 anos, estava em seu sítio, com seu filho. Ele passou mal e sofreu uma queda. Morreu logo após ser levado a um hospital. A morte foi confirmada pelo amigo e presidente estadual do PSDB, Paulo Marinho.

"A cidade do Rio perdeu um candidato que iria enriquecer o debate eleitoral, e eu perdi um irmão", afirmou Marinho.

Fonte: G1



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Domingo, 08 de Março de 2020
BRASIL

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro analisou 107 processos em tramitação nos tribunais do júri fluminense, que julgam casos de atentado contra a vida, e traçou panorama das mulheres vítimas de feminicídio ou de tentativa de feminicídio no estado. A pesquisa analisou casos de mulheres entre 21 e 40 anos, a maioria atacadas em casa pelo companheiro ou ex-companheiro. O levantamento foi divulgado nesta sexta (6) no contexto do Dia Internacional da Mulher, lembrado no domingo (8).

Segundo a pesquisa, uma em cada três agressões é atribuída, pelo autor do crime, à dificuldade em aceitar o fim do relacionamento. Outros motivos foram discussão por razões diversas, vingança, ciúme, estupro e recusa da vítima em manter relação sexual. A maior parte dos crimes ocorreu entre pessoas que namoravam, estavam casadas ou vivendo em união estável (40%) ou tinham uma relação anterior (42%), sendo que 62% dos relacionamentos eram de até cinco anos. Quase todas as mulheres foram submetidas a episódios anteriores, registrados ou não em delegacia, de violência doméstica.

Segundo o estudo, muitas não denunciaram os agressores por medo ou porque foram coagidas por eles. A maioria dos crimes ocorreu de noite (39%) ou de madrugada (34%). Juntos, observa-se que 73% dos crimes foram praticados no período de descanso. Além disso, em 72% dos casos, a agressão ocorreu na residência da vítima. Os autores utilizam, em 44% dos casos, uma faca para cometer o crime, seguida da arma de fogo (17%).

Violência anterior

O trabalho consistiu na leitura e análise documental de processos sobre o assunto. Dos 107 processos estudados, ajuizados entre 1997 e 2019, 40 foram julgados, dos quais 31 terminaram em condenação. No total, 69 contêm relatos de violência doméstica anterior, apenas 23 dos quais anotados na folha de antecedentes criminais do autor.

“O que chama a atenção é que vários processos têm relatos de violência doméstica anterior, mas em muito poucos foi acionada a polícia ou houve o registro de ocorrência dessas violências anteriores. A gente tem que procurar entender por que tantas mulheres ainda vivenciam o ciclo da violência, mas não se socorrem das medidas protetivas de todo o sistema que a Lei Maria da Penha oferece para prevenir um fato mais grave”, disse a coordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria, Flavia Nascimento.

De acordo com a defensora pública, é preciso investir mais na qualificação e sensibilização dos profissionais que atuam na rede de proteção à mulher nos sistemas de justiça e de segurança pública para as questões de gênero.

Segundo Flavia, a dificuldade em intimar o réu é um dos motivos para o atraso nos julgamentos, mas a maior demora para a conclusão dos casos ocorre ainda na fase de inquérito policial. “Isso contribui para que a mulher desacredite no sistema de justiça como uma das alternativas para a solução do seu problema de violência doméstica”, acredita.

Para a diretora de Estudos e Pesquisas de Acesso à Justiça, Carolina Haber, coordenadora da pesquisa, o ciclo de violência atinge principalmente mulheres muito vulneráveis, vivendo em áreas carentes, com forte relação de dependência econômica com o agressor. “O que o poder público tem que fazer é dar condições para que a mulher se sinta acolhida num primeiro momento. Se ela não chega a fazer registro na delegacia é porque, de fato, ela não vê o Estado como passível de prover uma política pública que dê acolhimento”.

Fonte: Agência Brasil



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Domingo, 01 de Março de 2020
BRASIL

O perito da Polícia Federal (PF), Roberto Brunori Junior, admitiu que os documentos copiados do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que seria o setor responsável pelos repasses financeiros da empreiteira aos políticos, podem ter sido adulterados. Os arquivos originários do setor foram utilizados para argumentar que a construtora doou R$ 12 milhões ao ex-presidente Lula (PT) como forma de suborno e teria sido utilizada para comprar o terreno do Instituto Lula.

De acordo com a Polícia Federal (PF), os arquivos utilizados para denunciar o ex-presidente foram diretamente copiados dos sistemas “MyWebDay”, que seria o sistema utilizado pelo setor responsável pelos repasses financeiros. Segundo a defesa do ex-presidente, antes dos documentos terem sido enviados a PF, a construtora teria ficado em posse deles por quase um ano e teria adulterado as informações.

De acordo com Roberto Brunori Junior, perito criminal da PF, em entrevista ao site ConJur, ao contrário do que o Ministério Público havia afirmado, os arquivos foram repassados pela empreiteira, e não extraídos do servidor do sistema na Suíça. “Agora só um parêntese aqui, já que está gravando, um parêntese, de cabeça, lembrando, não é certeza, a Odebrecht recebeu [os documentos] da autoridade suíça e ela abriu isso, e mexeu nisso, durante muito tempo ficou com isso lá”, afirmou ao ConJur.

Ainda segundo Brunori, está comprovada a existência de arquivos “gerados pela Odebrecht” que possuem “datas posteriores às apreensões” do material. No parecer complementar, a defesa do petista apontou irregularidades nos arquivos da empreiteira. Na ocasião, foi constatada que o código hash do material não foi indexado. O código é tido como uma impressão digital eletrônica do dado coletado e é utilizado para comprovar se determinado arquivo bate com a versão original.

O laudo complementar requerido pela defesa concluiu que “a imperícia do Ministério Público Federal, satisfazendo-se com o recebimento do material entregue pela Odebrecht, extrapolou a falta de atenção às normas e procedimentos necessários para assegurar a idoneidade das mídias pretendidas como prova na acusação”. Para a defesa, como não existe comprovação de que os documentos vieram diretamente dos servidores na Suíça, não é possível utilizar como prova na acusação.

Fonte: BNews



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Sexta-feira, 28 de Fevereiro de 2020
BRASIL

Em todo mundo, foram confirmados 82.294 casos do Covid-19, o famigerado coronavírus. E, por conta disso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já admitiu, na última quinta-feira (27), a possibilidade dele cancelar a viagem prevista para a Itália no primeiro semestre deste ano. A doença provocou 17 mortes no país europeu, segundo números divulgados na quinta. Na véspera, eram 12. “Pode ser que cancele a viagem para a Itália”, respondeu o presidente, na chegada ao Palácio da Alvorada.

Já sobre a ida ao Uruguai, onde não há nenhum caso confirmado até o momento, ele disse que “está tudo certo”. Bolsonaro vai participar da posse do novo presidente Luis Alberto Lacalle Pou, indo e voltando no mesmo dia. “Infelizmente, mais cedo ou mais tarde ia chegar no Brasil”, comentou o presidente, sobre a confirmação do primeiro caso no país, na quarta (26).

Sobre as medidas a serem tomadas pelo governo, ele comentou que tem gente que quer que ele feche a fronteira e proíba aviões de pousar no Brasil, vindos da Europa. “Infelizmente, é mais uma realidade ruim que vai ter que ser enfrentada. Já estamos enfrentando, fazendo o possível”, disse Bolsonaro. Ele comentou ainda que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a liberação de mais de US$ 1 bilhão para combater a doença — o americano solicitou a liberação de US$ 2,5 bilhões ao Congresso — cerca de R$ 11,2 bilhões, no câmbio atual. “Se você falar em R$ 1 milhão , já é complicado”, complementou.

Dados pelo mundo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou boletim na quinta (27) informando que o Brasil e mais oito países informaram casos confirmados de Covid-19 nas últimas 24 horas. As demais nações que tiveram casos de coronavírus foram Dinamarca, Estônia, Geórgia, Grécia, Noruega, Paquistão, Romênia e Macedônia do Norte. Em todo mundo, foram confirmados 82.294 casos da doença, 1.185 nas últimas 24 horas. Deste total, 78.630 estão na China, dos quais 439 são novos, e 3.664 confirmações da doença em outros países, sendo 746 recentes.

O boletim da OMS também informa que, até agora, o Covid-19 causou a morte de 2.747 pessoas na China (29 nas últimas 24 horas) e de 57 pessoas em outros países (13 recentes). Fora da China, os países com o maior número de mortes por coronavírus são Coreia do Sul, com 13 (1.766 casos confirmados), Itália, com 12 (400 casos confirmados) e Irã, com 22 (141 casos confirmados). A OMS considera a avaliação de risco muito alta na China e alta a nível global. A OMS disponibilizou, para download, um curso em português sobre vírus respiratórios emergentes, incluindo COVID-19.

Casos no Brasil

Após cerca de 24 horas da confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, o número de pessoas oficialmente tratadas como suspeitas de ter o vírus no país é de 132, segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo. Na última sexta-feira (21), era apenas um caso. O Ministério da Saúde recebeu as notificações dos estados até a tarde de quinta (27), mas não analisou todos.

“Esse número não é definitivo. É muito maior que 132. Ficamos com 213 notificações ainda não analisadas. Elas podem ser todas consideradas suspeitas ou apenas uma parte, mas dá para a gente avaliar que, na verdade, temos perto de 300 casos suspeitos”, disse Gabbardo. Segundo o secretário, esse aumento se explica em virtude do aumento do número de países com fluxo migratório intenso com o Brasil, e que têm pessoas com o vírus.

Um exemplo é o primeiro caso confirmado no Brasil. O homem de 61 anos não esteve na China, que concentra a maioria dos casos no mundo, e sim na Itália. Após a confirmação desse caso, pessoas com histórico de viagem à Itália, à França e à Alemanha e que apresentem febre somada a um sintoma respiratório também são tratadas como suspeitas de ter o coronavírus. Na Bahia, casos são monitorados pelo governo estadual.

Fonte: Agência Brasil



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